terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Suzuki Grand Vitara XL7 de 1ª geração
Entre '98 e 2006, chegou a ser produzida uma versão alongada do Suzuki Grand Vitara, com capacidade para 7 ocupantes contando motorista e passageiros. Batizada de XL7, contava exclusivamente com motores V6 a gasolina entre 2.5L e 2.7L de acordo com os mercados onde era oferecido e câmbio automático, com opção por tração traseira ou 4X4 part-time. Além de ser fabricado no Japão, de onde era exportado para o Brasil, também chegou a ser produzido na Indonésia. Embora tivesse uma proposta interessante e um tamanho razoável para um sport-utility de 7 lugares, não fez muito sucesso no Brasil provavelmente pela falta de uma opção de motor Diesel, bem como pela economia em colapso (situação cada vez mais próxima de se repetir) que levou a Suzuki a se ausentar do mercado nacional entre 2003 e 2009.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Kombi split-window alemã com tampa traseira larga
À primeira vista essa parecia só mais uma Kombi split-window, ou "corujinha", como tantas outras, mas ao olhar a traseira saltava aos olhos a tampa traseira mais larga. Inicialmente aplicada no exterior a versões especiais, como ambulâncias, tornou-se equipamento padrão nas versões estrangeiras da Volkswagen Transporter/Kombi antes mesmo da reestilização de '67 que introduziu o parabrisa inteiriço e a porta lateral corrediça e só foi chegar no Brasil em '96. O exemplar das fotos é de '66.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Citroën Jumper de 2ª geração em Porto Alegre
Avistei esse Citroën Jumper L2H2 (entre-eixos e teto médios) de 2ª geração na frente de um hotel de Porto Alegre. O modelo, equivalente à 3ª geração do Fiat Ducato, até não é tão feio quando visto de perto apesar do desenho nada convencional, mesmo sendo um exemplar do período entre 2006 e 2014 e portanto anterior ao facelift que suavizou principalmente as linhas dos faróis. Estava com placas chilenas, e configurado como motorhome.
Ao contrário do defasado modelo brasileiro, que permanece na 1ª geração e usa o mesmo motor Multijet de 2.3L atualmente aplicado às versões nacionais do Fiat Ducato de 2ª geração, o exemplar das fotos usa um motor de 2.2L projetado em parceria entre o grupo PSA Peugeot-Citroën e a Ford. A presença de símbolos de acessibilidade na base do parabrisa me levou inicialmente a crer que o exemplar pudesse ser equipado com o motor Multijet de 3.0L, que no Citroën Jumper e no Peugeot Boxer é designado como 3.0 HDi, e o câmbio automatizado. No entanto, além de ser oferecido no Chile apenas com o motor 2.2 HDi, o câmbio automatizado é disponibilizado apenas no Fiat Ducato.
Ao contrário do defasado modelo brasileiro, que permanece na 1ª geração e usa o mesmo motor Multijet de 2.3L atualmente aplicado às versões nacionais do Fiat Ducato de 2ª geração, o exemplar das fotos usa um motor de 2.2L projetado em parceria entre o grupo PSA Peugeot-Citroën e a Ford. A presença de símbolos de acessibilidade na base do parabrisa me levou inicialmente a crer que o exemplar pudesse ser equipado com o motor Multijet de 3.0L, que no Citroën Jumper e no Peugeot Boxer é designado como 3.0 HDi, e o câmbio automatizado. No entanto, além de ser oferecido no Chile apenas com o motor 2.2 HDi, o câmbio automatizado é disponibilizado apenas no Fiat Ducato.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Seria um erro a Ford não trazer as vans E-Series para o mercado brasileiro?
Ainda que possa parecer complexo de vira-lata sugerir que um veículo hoje tido por obsoleto no exterior permaneça desejável, é necessário considerar as condições locais antes de tirar conclusões precipitadas. As vans Ford E-Series, também conhecidas como Econoline, Clubwagon, ou "Ford canadense", por exemplo, se enquadram nessa situação. Embora já não sejam oferecidas versões para transporte de passageiros desde 2015, substituídas pela atual geração mundial da Ford Transit mesmo nos Estados Unidos, poderia encontrar no mercado brasileiro condições favoráveis a uma continuidade da produção. A intercambialidade de componentes entre a E-Series e as caminhonetes
F-Series favoreceria uma transferência da produção para o Brasil,
mas incorporando o conjunto mecânico mais modesto da F-350 brasileira com motor Cummins ISF2.8 e câmbio manual de 5 marchas
ao invés dos motores V8 e V10 a gasolina de 4.6L (que chegou a ser oferecido em versão flex), 5.4L e 6.8L com câmbio automático usados nas versões americanas.
Levando em consideração que a introdução de plataformas tiradas de linha nos respectivos países de origem já foi uma prática usual dos primórdios da indústria automobilística brasileira até a reabertura das importações na década de 90, pode-se considerar que há precedentes válidos para uma eventual repetição dessa estratégia no caso da Ford E-Series. Um aspecto digno de nota é a menor "especialização" da plataforma que, ao contrário das atuais gerações de utilitários de projeto europeu, proporciona um maior equilíbrio entre a operação em ambiente urbano e estradas pavimentadas e a aptidão a condições de rodagem mais severas ainda encontradas no interior. A desvantagem mais significativa em comparação aos furgãos europeus sob um ponto de vista prático ainda é a dificuldade para acomodar cargas com auxílio de empilhadeira devido à pequena área de abertura das portas. Mesmo assim, tendo em vista que a atual geração da Transit teve a importação cancelada devido à instabilidade cambial e portanto a Ford não vem comercializando vans no mercado brasileiro, a E-Series viria a ser uma opção adequada para preencher essa lacuna ao menos no segmento de transporte de passageiros.
Levando em consideração que a introdução de plataformas tiradas de linha nos respectivos países de origem já foi uma prática usual dos primórdios da indústria automobilística brasileira até a reabertura das importações na década de 90, pode-se considerar que há precedentes válidos para uma eventual repetição dessa estratégia no caso da Ford E-Series. Um aspecto digno de nota é a menor "especialização" da plataforma que, ao contrário das atuais gerações de utilitários de projeto europeu, proporciona um maior equilíbrio entre a operação em ambiente urbano e estradas pavimentadas e a aptidão a condições de rodagem mais severas ainda encontradas no interior. A desvantagem mais significativa em comparação aos furgãos europeus sob um ponto de vista prático ainda é a dificuldade para acomodar cargas com auxílio de empilhadeira devido à pequena área de abertura das portas. Mesmo assim, tendo em vista que a atual geração da Transit teve a importação cancelada devido à instabilidade cambial e portanto a Ford não vem comercializando vans no mercado brasileiro, a E-Series viria a ser uma opção adequada para preencher essa lacuna ao menos no segmento de transporte de passageiros.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Volkswagen L80
Esse poderia passar facilmente despercebido, mas não é todo dia que se vê um Volkswagen L80 com placas brasileiras. Diga-se de passagem, desde que eu vi esse em novembro de 2008 não vi mais nenhum. O modelo, feito entre '94 e 2000 exclusivamente para exportação à Europa, era semelhante ao 8-140 destinado ao mercado local, contando também com o motor turbodiesel MWM 4.10TCA de 4.3L com 138hp e 430Nm e câmbio manual de 5 marchas. O exemplar das fotos, ano '96 e modelo '97, configurado como guincho-plataforma, foi comercializado no Rio Grande do Sul basicamente devido a um erro de logística. Diante de um atraso na entrega do 8-140 originalmente encomendado, acabou sendo acertada a substituição por um L80 que já estava pronto no pátio da fábrica.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Momento nostalgia: Corsa táxi de duas portas
Chevrolet Corsa GL '94/'95, esse foi um dos últimos táxis de duas portas que eu vi em Porto Alegre, em 2009. Com o limite de idade de 15 anos para a frota de táxis, teve de ser substituído por um modelo mais moderno com 4 portas e ar condicionado. Em que pese a menor praticidade de um carro de duas portas, é uma imagem que não deixa de evocar uma certa nostalgia.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Ford Mustang II Coupé 1975 de especificação européia
Esse eu vi em 2009 em Porto Alegre, perto do Iguatemi. A ausência das side-marker lights e a cor âmbar dos indicadores de direção traseiros já leva a entender que seja uma versão de especificação européia, bem como o rack sobre a tampa do bagageiro que agrada mais aos europeus que aos americanos. Apesar das rodas que não condizem com a época do modelo, não deixa de se destacar.
Engerauto Toppazzio
Um daqueles projetos pouco convencionais que só podia ter sido idealizado pelo Anísio Campos, o Engerauto Toppazzio era um cupê baseado na boa e velha Ford Pampa. Apesar da plataforma modesta, se destacava pelo desenho arrojado para os padrões do mercado brasileiro nos anos 80.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Uma reflexão sobre a recente proposta de "renovação de frota"
Além de carros serem uma gorda "vaca leiteira" devido ao volume de impostos arrecadado não apenas nas vendas quando novos mas também ao longo do tempo com taxas, licenciamento e o IPVA, este por sua vez atrelado a um valor venal atribuído ao veículo e que acompanha a depreciação média no mercado de usados, não seria de se duvidar que um jogo de interesses com os principais sindicatos de metalúrgicos figure como um dos principais motivos por trás do repentino fortalecimento de articulações políticas visando uma "renovação de frota" nesse momento de crise institucional pelo qual passa o país. Tentar desviar o foco dos escândalos de corrupção e do sucateamento da infra-estrutura do país comprando a lealdade de uma massa de manobra, iludindo uma parte mais humilde e influenciável da população e tentando desesperadamente melhorar a imagem do governo junto a investidores parecem ser os principais pilares do programa, que no entanto vai se revelando muito mal-formulado, e insustentável desde o princípio.
Para muitos trabalhadores autônomos que dependem dos carros até para o próprio exercício profissional, o custo da substituição por um 0km não seria rebatido tão rapidamente por uma alegada diminuição nas despesas com a manutenção e operação do veículo novo, e assim o impacto sobre o orçamento familiar viria a ser devastador. Quem em sã consciência tiraria um pão da boca do filho apenas para agradar a supostos "ecologistas" que ignoram o maior passivo ambiental da produção de um automóvel 0km diante da correta manutenção (ou mesmo eventuais retrofits que possam contribuir para uma "performance ambiental" mais favorável) de um modelo mais antigo e jogar dinheiro fora nos ralos da corrupção com um IPVA mais caro e que na prática não reverte em nenhum benefício para o cidadão? Quem seria imbecil o bastante para acreditar que uma parcela mais empobrecida da população que se vê empurrada para os carros "velhos" por necessidade daria conta de fazer a transição para o mercado de veículos novos sem cair numa bola de neve de endividamento? Na melhor das hipóteses, muitos acabariam migrando para as motocicletas...
As motocicletas acabam por ser convidativas a uma reflexão mais profunda em torno de algumas pautas defendidas pelos simpatizantes da "renovação de frota". Analisando o aspecto ambiental, não podemos esquecer que a quantidade de insumos requeridos para a produção de uma motocicleta popular e peças de reposição que venham a ser usadas ao longo da vida útil operacional vai acabar sendo menor em comparação a um carro, bem como o consumo de combustível mais contido, e também é relevante destacar que a maior presença da injeção eletrônica e do catalisador no segmento motociclístico derruba alegações de que uma moto seria proporcionalmente tão poluente quanto um carro "velho". Já no tocante à segurança, o mais provável é que o tiro saia pela culatra, combinando fatores como a inexperiência de muitos que viriam a se tornar motociclistas novatos e os perigos inerentes às motocicletas. Também seria incoerente ignorar que as capacidades mais modestas de carga e passageiros acabariam por inviabilizar a troca por uma moto, do mesmo modo que ocorre até ao considerarmos a substituição apenas entre automóveis. Não adianta querer que uma alternativa idêntica sirva da mesma forma a consumidores com perfis diferentes.
E mesmo com os custos de aquisição e manutenção pesando favoravelmente às motocicletas, e por extensão a triciclos, algumas circunstâncias fazem com que sejam encarados com ceticismo como uma alternativa para a "renovação de frota". Restrições ao transporte de crianças menores de 7 anos na garupa duma moto até são justificáveis, visto que mal alcançariam a pedaleira e teriam dificuldade para segurar-se no condutor ou em alças, mas a estupidez burocrática cria entraves até para que sejam levadas num side-car mesmo dispondo de cinto de segurança e sem esquecer do capacete. Se tal medida fosse minimamente coerente, também deveria ser aplicada a carros conversíveis trafegando com a capota aberta. Já a situação dos triciclos tem outras peculiaridades que dificultam a aceitação junto ao público em geral, como a cobrança do DPVAT no mesmo valor aplicado sobre as motocicletas apesar de terem uma propensão menor de se envolver em acidentes em comparação a estas, e o fato de ser exigida habilitação para condução de motocicletas sem fazer distinção entre capacidades de carga e cilindrada, mesmo que venham a se aproximar mais de um automóvel convencional de 4 rodas. A estabilidade , por si só, já seria um pretexto suficiente para reforçar a viabilidade técnica dos triciclos, que no Brasil ainda tem uma participação mais concentrada no mercado de veículos comerciais leves.
Outro ponto que pesa contra a tão falada "renovação de frota" é o fato de muitos veículos de gerações anteriores terem dimensões mais compactas sem sacrificar tanto o espaço interno, como é o caso da antiga Asia Motors Towner. Em que pese a dificuldade crescente em encontrar peças originais para esse modelo, ainda tem uma concepção que torna fácil a aplicação de upgrades e adaptações com peças de carros (e até mesmo de motos) mais comuns no país, com chassi separado da carroceria, motor longitudinal e tração traseira. A facilidade para manobrar em espaços mais confinados favorece a agilidade em ambiente urbano, e o tamanho contido também contribui para uma maior fluidez no trânsito ao ocupar menos espaço sobre o leito carroçável das ruas, além de facilitar o estacionamento em vagas mais apertadas e por extensão diminuir o consumo de gasolina não apenas por permitir que sejam feitas menos manobras mas também pelo menor tempo perdido rodando à procura de uma vaga. Há ainda outros modelos numa situação semelhante, em que a praticidade os mantém ainda interessantes mesmo diante de uma suposta dificuldade para manutenção, incluindo entre os exemplos o carismático Renault Twingo de 1ª geração. Ainda hoje eu lembro de um comentário "politicamente-incorreto" feito há quase 10 anos por um então colega de escola, cujo pai era proprietário de um Twingo e sempre enaltecia a combinação de um espaço interno maior do que a aparência do modelo pudesse sugerir e a facilidade em encontrar vagas para estacionar no centro de Florianópolis.
Enfim, o momento não é o mais propício para que se tente varrer para baixo do tapete da noite para o dia a atual situação de uma parte considerável da frota nacional, e as condições que vem sendo apontadas pelo governo para a condução do processo de "renovação de frota" se mostram totalmente alheias à realidade econômica e social do país. Seria muito mais benéfico para todos, exceto os corruptos de plantão, que a incompetência administrativa hoje instalada no poder permanecesse mais afastada da economia. Ao invés de propor programas mirabolantes e insustentáveis, cujo custo acabaria por atingir toda a população e corroer ainda mais o poder de compra do trabalhador, o melhor e mais eficiente incentivo à modernização da frota passaria por uma redução na carga tributária incidente sobre veículos 0km, acompanhada de uma melhoria na conservação das vias públicas e na qualidade dos combustíveis, lubrificantes e outros insumos, e gradualmente o mercado se encaminharia de acordo com as reais necessidades e disponibilidade de recursos dos consumidores para irem deixando de lado os "sucatões"...
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Foton Midi
Não é novidade que pequenos furgões são o primeiro passo para os fabricantes chineses irem ganhando espaço nos mercados da América Latina, mas o Foton Midi foge um pouco às configurações mais comuns dos utilitários chineses. Embora use componentes mecânicos copiados de algum fabricante japonês, no caso a Mitsubishi, e o desenho mesclando elementos de modelos tão variados quanto o Fiat Doblò e o Toyota Probox, tem motor transversal, tração dianteira e estrutura monobloco, ao contrário de tantos furgões chineses que são meras cópias da Suzuki Carry e recorrem a motor longitudinal com tração traseira e chassi tipo escada. O exemplar das fotos está emplacado no Uruguai, e apareceu recentemente em Florianópolis.