Em inúmeros casos, mesmo um Diesel com cilindrada ligeiramente menor já se mostrava mais adequado, como ocorria com as primeiras Chevrolet D-20, cujo motor Perkins 4-236 (também conhecido como Q20B) de 3.9L prevaleceu sobre o Stovebolt Six de 4.1L da C-20 e da A-20, respectivamente nas versões a gasolina ou etanol.
Hoje, a forte presença do turbocompressor em motores Diesel fez com que mesmo uma diferença de cilindrada quase 50% maior não representasse uma desvantagem tão significativa em comparação a um 4-tempos a gasolina, colaborando ainda para uma diminuição no acréscimo de peso inerente às motorizações Diesel. Assim, um turbodiesel Mercedes-Benz de 4.3L usado num microônibus com PBT de 9 toneladas na faixa dos 150cv não seria uma má opção para suprir a lacuna deixada na linha da Chevrolet Suburban a partir do ano 2000, quando passou a contar apenas com opulentos motores V8 a gasolina (e posteriormente alguns flex) entre 5.3L a 6.0L (posteriormente ampliado para 6.2L) culminando num big-block de 8.1L.
Convém recordar as infelizes restrições que limitam o uso do óleo diesel aos "veículos utilitários" definidos arbitrariamente em função de capacidade de carga (igual ou superior a 1000kg), tração (4X4 com reduzida) ou capacidade de passageiros (9 além do motorista), mesmo que alguns modelos como a supracitada Suburban acabem tendo o mesmo perfil de utilização de um suntuoso Ford Landau, que com o motor Windsor 302 V8 de 5.0L dificilmente supera os 4km/l em tráfego urbano.Alguns exemplares do sedan full-size repotenciados no Uruguai com o motor Isuzu 4JB1 de 2.8L, segundo relatos de proprietários, chegam facilmente a 9km/l na cidade - enquanto com o motor original dificilmente supera os 8km/l na estrada...
Mesmo para o consumidor de carros populares, o Diesel também seria uma boa opção a se considerar. Mesmo que o custo de aquisição seja um fator crucial, levando sistemas mais primitivos como injeção indireta a uma sobrevida no mercado em países onde é permitida a comercialização de carros de passeio movidos a óleo diesel, apresenta resultados comparáveis com os híbridos no tocante à economia de combustível, a um preço significativamente menor.
O uso de motores Diesel também é um bom pretexto para o fomento à atividade agroindustrial, considerando a possibilidade de usar óleos vegetais como combustível, provenientes de diversas matérias-primas como a mamona, que cresce facilmente mesmo em solos empobrecidos sem requerer a abertura de novas fronteiras agrícolas. Além de manter um saldo de emissões favorável, em virtude da reabsorção de compostos pós-combustão durante o crescimento das oleaginosas, é uma boa alternativa para fazer frente à tirania dos sheiks do petróleo.