terça-feira, 25 de junho de 2013

Can-Am Spyder no Bonfa

Can-Am Spyder Roadster, produzido pela Bombardier Recreational Products (BRP) e lançado nos mercados mundiais em 2007, adota um layout de chassi pouco usual entre os triciclos disponíveis no mercado brasileiro, com duas rodas dianteiras e apenas uma traseira. É equipado com motor BRP-Rotax 990 V-Twin EFI de 106hp e aproximados 10m.kgf de torque, valores suficientes para dar conta de um carro compacto, e que acabam proporcionando uma agilidade notável aos 317kg do Spyder. Conta com direção hidráulica e câmbio sequencial eletronicamente controlado de 5 marchas à frente e uma ré com seletor à mão esquerda (em outros mercados um câmbio não-eletrônico, com seleção por pedal e embreagem na mão, também é oferecido), que proporcionam um bom nível de conforto ao se usar o veículo em tráfego urbano. Um pequeno compartimento para bagagens no "bico" dianteiro pode ser complementado com alforjes e baú traseiro opcionais, trazendo menos restrições a um eventual uso cotidiano do veículo. A maior estabilidade em comparação com uma motocicleta é o maior atrativo, sem que se abra mão da sensação de liberdade proporcionada pelo cockpit totalmente aberto.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Alguns caminhões clássicos

Chevrolet D-60: o exemplar da foto é da série produzida entre 1976 e 1979 com a opção pelo motor Detroit Diesel 4-53N de 140cv, 2-tempos, com 4 cilindros e cilindrada de 212 polegadas cúbicas, em torno de 3.5L, pouco usual para os motores Diesel 4-tempos usados em modelos de mesma categoria na época.

Dodge D-400: produzido de 1969 até 1983, quando a Volkswagen desativou a operação brasileira da Chrysler, foi oferecido com os motores V8 de 318 polegadas cúbicas (5.2L) em versões a gasolina e etanol, e a partir de 1973 em reação à crise do petróleo um Perkins 6.357 de 5.8L para quem preferisse um motor a diesel.

Mercedes-Benz LG-1819: com tração 6x6 e o motor OM-355/5 de 5 cilindros em linha, teve como principal cliente o Exército Brasileiro, que ainda tem alguns exemplares em operação.

sábado, 8 de junho de 2013

Amazonas 1600: a maior moto brasileira de série

O versátil motor Volkswagen boxer com refrigeração a ar chegou a ser usado até em motos, tendo como exemplo mais notório a Amazonas. Assim como o estado homônimo é o maior em extensão territorial, essa foi a maior motocicleta produzida regularmente no país.
Apesar do motor de concepção mais modesta que os de 6 cilindros usados na Honda GoldWing, e muito mais leve que os V8 small-block usados nas Boss Hoss, a Amazonas chega perto dos 500kg de peso. Os bagageiros feitos em chapa de aço ao invés de fibra de vidro colaboram para toda essa "gordura".
A frente guarda alguma semelhança com as Harley-Davidson Electra Glide, mas o porte mais avantajado e o motor "deitado" não deixam dúvidas de que se trata da Amazonas.
Velocímetro e conta-giros de Puma
Durante a década de 90, a Amazonas foi renomeada como Kahena e permaneceu em produção por pouco tempo, mais para atender à Polícia Rodoviária Federal que foi a cliente mais importante. Algumas também foram exportadas, tendo como principais mercados os Estados Unidos e o Japão.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Exemplos de aplicação da climatização evaporativa

Vantagens da climatização evaporativa veicular já são reconhecidas, desde o menor consumo de energia em comparação com um ar-condicionado até o uso de água como fluido refrigerante ao invés de um gás sintético que é classificado como um dos gases-estufa, apresentando meia-vida mais longa que o gás carbônico (CO²). Em algumas aplicações, os benefícios mostram-se ainda mais perceptíveis...

Kombi: ainda que em outros países tenha sido oferecida com ar-condicionado opcional, o equipamento nunca foi disponibilizado regularmente para versões destinadas ao mercado brasileiro. Ainda que a instalação de climatizadores evaporativos requeira cortes no teto, no fim das contas ainda sai mais barato e normalmente mais rápido que a adaptação de kits de ar-condicionado, além de não haver a necessidade de acrescentar dutos ao interior do veículo, nem de um compressor acoplado ao motor roubando potência...

Furglaine: o posto de condução semi-avançado faz até com que o motor chegue a tomar algum espaço do habitáculo, o que ainda traria mais desafios na hora de escolher uma posição adequada para a montagem de um compressor de ar-condicionado, além de outros componentes entre os quais pode-se destacar o evaporador e o condensador. O uso do climatizador evaporativo pode ser considerado vantajoso também em função do menor peso acrescentado ao veículo.

Lada Niva: até existem kits de ar-condicionado que podem ser aplicados ao jipe russo, mas normalmente usam a caixa evaporativa universal conhecida como "gela-saco" por ser montada abaixo do porta-luvas. A posição acaba por apresentar o inconveniente de proporcionar uma refrigeração menos uniforme da cabine, enquanto um climatizador de teto pode ser centralizado com mais facilidade.

GMC 7-110/Isuzu NPR: não é tão comum se deparar com o caminhão japonês equipado com algum climatizador evaporativo, mas o dispositivo pode ser uma boa opção para manter um nível de conforto térmico razoável se por algum motivo não for possível manter o sistema original de ar-condicionado original, como no caso de algumas repotenciações.

Ford F-4000 (Old Body Style): se até a década de 90, o ar-condicionado ainda não era muito popular nem em carros no mercado brasileiro, visto como um supérfluo, logo acabava-se tornando uma opção pouco usual também em utilitários. Mesmo que a F-4000 contasse com a opção por ar-condicionado de fábrica, o custo era outro fator que afugentava parte significativa da clientela. Assim, para melhorar o conforto térmico, há quem recorra a um climatizador, que também é muito mais simples de instalar que o kit de ar-condicionado original.

Caminhões com cabine-leito: como a maior parte dos sistemas de ar-condicionado automotivo dependem do motor para funcionar, o climatizador evaporativo acaba sendo considerado a alternativa mais eficiente para manter o conforto nos momentos de descanso do condutor. O maior impacto no consumo de combustível, diminuindo a autonomia em percursos de longa distância, também tende a desencorajar o uso do ar-condicionado

sábado, 1 de junho de 2013

Tão parecidos, mas tão diferentes: Land Rover Defender e Gurgel Carajás

Um ícone clássico do mundo off-road, o Land Rover Defender mantém uma legião de fãs incondicionais apesar da idade avançada do projeto já mostrar algumas limitações no tocante ao cumprimento de normas de segurança sem promover descaracterizações muito profundas. A suspensão com eixos rígidos ainda é apreciada por muitos entusiastas e operadores comerciais em função do baixo custo de manutenção. Esteve disponível com diversas opções de motores de 4 cilindros tanto a diesel quanto a gasolina, além de um V8 de 3.5L a gasolina com projeto adquirido da General Motors, e por um breve período exemplares montados na fábrica da BMW em Rosslyn, nas imediações de Pretória, foram equipados com o mesmo motor de 6 cilindros em linha, 2.8L e cabeçote DOHC usado pelos sedãs BMW 328i e 528i para atender a uma antiga preferência do mercado sul-africano por motores de ignição por faísca. Atualmente conta apenas com um motor turbodiesel de 2.2L e 122hp originário da Ford.

Gurgel Carajás: produzido em série entre 1984 e 1991, com alguns exemplares ainda feitos sob encomenda até a falência da Gurgel em 1995, foi um dos muitos veículos brasileiros com carroceria de fibra de vidro e mecânica Volkswagen do período de restrição às importações, contava com um chassi tubular próprio ao qual era montada uma carroceria de fibra, com motor Volkswagen EA-827 (o tradicional AP) na frente e transeixo de Kombi modificado atrás para melhorar o balanço de peso entre os eixos e auxiliar na compensação da falta de tração nas 4 rodas como no pesadão Toyota Bandeirante e no Jeep Willys que ganhou uma sobrevida nas mãos da Ford até 1983.
A suspensão era independente nas 4 rodas, que a Gurgel anunciava como 4-WIS, do inglês Four-Wheel Independent Suspension, parafraseando a sigla 4WD muito usada em modelos estrangeiros com tração nas 4 rodas (Four-Wheel Drive). Para tentar compensar a limitação da tração apenas traseira, um sistema de freio seletivo para as rodas traseiras (Selectraction) gerava um efeito semelhante ao de um bloqueio de diferencial a um custo mais baixo, com duas alavancas secundárias ao lado da principal do freio de estacionamento, para gerar uma resistência ao rolamento da roda que estivesse girando em falso ("patinando") e a força motriz fosse direcionada à roda que estivesse apoiada numa superfície mais estável.
Gurgel Carajás com 4 portas: configuração extremamente rara, já começa a despertar o interesse de colecionadores
Foi apelidado de "Defender brasileiro" numa referência à aparência quadradona e bruta. Os exemplares das fotos usam motor 1.8L a gasolina, que foi o mais popular, mas também houveram raros 1.8L a etanol (álcool) 2.0L a gasolina e 1.6L a diesel, ainda que a falta de tração nas 4 rodas e a capacidade de carga homologada em 750kg (3/4 de tonelada) teoricamente o desqualificassem para o uso desse tipo de motorização de acordo com a legislação brasileira vigente a partir de 1976.
Este exemplar foi usado como ambulância por muitos anos em Pelotas-RS