sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Minha opinião sobre o recente aumento nas alíquotas de IPI para carros importados

Alegando um pretexto de proteger as fábricas instaladas localmente contra a competição com os automóveis asiáticos, mais especificamente chineses e coreanos que estão vindo com preços e qualidade bastante competitivos, o governo brasileiro, representado pelo ministro da Fazenda, o italiano Guido Mantega, anunciou ontem um aumento nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30% para todos os veículos importados de qualquer país de fora do Mercosul (exceto México), refletindo num aumento do preço ao consumidor (que no fim das contas sempre paga a conta da incompetência estatal) na ordem de 28%. Abrange ainda modelos montados localmente com índice de nacionalização inferior a 65%. A medida pode até estar de acordo com a regulamentação da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas considerando o ponto de vista de um cidadão brasileiro, não pode ser considerada correta ou justa.

A meu ver, ao invés de simplesmente prejudicar um determinado setor, caso houvesse um verdadeiro interesse em beneficiar as indústrias já instaladas em território nacional e atrair novas instalações fabris seria promovida uma reforma tributária, fazendo com que o produto nacionalizado pudesse ter uma relação custo/benefício atraente em comparação com o importado. O que mata a cadeia produtiva nesse país são os encargos para sustentar uma estrutura estatal obsoleta e extremamente parasitária, com privilégios para uma classe politiqueira não-comprometida com o patriotismo e o desenvolvimento e um Poder Judiciário que se demonstra apegado demais a formalidades que só contribuem para a ineficiência. Penalizar o consumidor por exercer a liberdade de escolha, e o concorrente por incentivar o consumidor brasileiro a desenvolver algum senso crítico e buscar por qualidade parece assustar os burocratas ocupantes de cargos eletivos, ao considerar que eles mesmos poderiam passar à condição de alvos de críticas e eventualmente virem a perder algumas "boquinhas".

Tal ação administrativa já despertou a ira da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, que através de seu presidente José Luiz Gandini considera contestar judicialmente a medida. Um dos argumentos expostos pelo empresário é relacionado à contradição acerca de uma suposta proteção de empregos no Brasil, ao passo que não provoca nenhuma restrição à importação de modelos feitos na Argentina ou no México sem usar nem um parafuso brasileiro...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, comente apenas em Português ou em Espanhol.

Please, comment only in Portuguese or Spanish.
In doubt, check your comments with the Google Translate.

Since July 13th, 2011, comments in other languages won't be published.