Ainda não é muito comum no Brasil o uso de vans médias blindadas no transporte de valores em substituição aos carros-fortes baseados em chassis de caminhão, embora já tenha uma aplicação ainda discreta na Brink's, empresa de transporte de valores de origem americana que atua no mercado brasileiro desde 1966 e incorporou algumas Mercedes-Benz Sprinter 313CDI na frota a partir de 2007. Visando uma melhor manobrabilidade em espaços restritos e redução do peso vazio (tara) do veículo, foi usada a versão de entre-eixos curto e teto baixo, ainda que o uso de climatizadores evaporativos instalado aumente a altura externa.
Teoricamente, não haveria nenhum impedimento à montagem de uma carroceria especial para transporte de valores numa plataforma de van a exemplo do que hoje se faz na Espanha, mas como desde 2002 a Mercedes-Benz não oferece mais a Sprinter no mercado brasileiro como chassi para encarroçamento especializado, apenas versões de chassi e cabine ou com carroceria integral, esta última serviu de base para a versão blindada em uso pela operação brasileira da Brink's. De qualquer maneira, algumas vantagens práticas no uso de um veículo desse porte são evidentes. Além da manobrabilidade, tem a operação livre nas chamadas "zonas máximas de restrição" ou "zonas VUC" onde há limites rígidos para o tamanho de veículos de carga que possam transitar sem restrição de horário, normalmente em torno de 5,50m de comprimento e 2,20m de largura.
Outra característica bastante peculiar da operação de transporte de valores está nos longos tempos de parada com o motor ligado em marcha-lenta. Nessa situação, como o motor de uma Sprinter tem por volta de 50% da cilindrada do motor de um caminhão (variável para mais ou para menos) entre 7 e 8 toneladas de PBT usado como base para um carro-forte tradicional, é de se esperar uma sensível redução no consumo de óleo diesel durante as paradas. Em marcha, mesmo considerando que o motor da Sprinter é de alta rotação enquanto os carros-fortes normalmente usam motor de baixa rotação, outros fatores tão diversos quanto o peso, o arrasto aerodinâmico e as relações de marcha são mais decisivos no tocante ao consumo, e neles a van se sai melhor.
Há condições bastante propícias a uma maior presença de vans no segmento do transporte de valores, que vão desde o trânsito cada vez mais caótico nos grandes centros urbanos até os preços exorbitantes dos combustíveis, passando por uma maior importância que vem sendo dada à "sustentabilidade", e tanto o consumo de combustível mais contido quanto as emissões relativamente baixas se enquadram nessas expectativas. A bem da verdade, chega a causar alguma estranheza que essa aplicação ainda não tenha ganhado tanta popularidade no Brasil.
5 comentários:
Já fui na Espanha e lá todo carro forte que eu via era feito com chassi de Sprinter.
Acho que já seria viável aumentar o uso dessas vans no lugar dos blindados montados com chassi de caminhão. Com o preço do diesel nas alturas a economia seria boa, e os pneus menores são mais baratos.
Não dá mais para insistirem em usar os caminhões em meio a um trânsito caótico. O porte mais compacto da van é suficiente.
Essa van e mais fraca com relação a blindagem só a julgar pela frente um tiro no radiador já para o motor por aquecimento e já elas andando na arrancada ela se arrasta devido ao peso da blindagem e ela não suportaria um ataque a tiros igual ao carro forte mas a ideia e boa e deveria investir em carro forte compacto para perímetro urbano essa van tem q melhorar muito mas a ideia esta valendo
Até pode ser aplicada uma proteção para o radiador por trás da grade original. Mas no geral, uma carroceria desenvolvida desde o primeiro momento para o transporte de valores permite uma redução do peso total do veículo sem sacrificar a funcionalidade e a segurança. Quanto ao chassi, na Espanha não é incomum o uso de chassis da Sprinter como base para a montagem de carros-fortes.
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