terça-feira, 26 de outubro de 2021

5 motos que já foram muito mais frequentes de se ver trafegando no Brasil

O mercado motociclístico brasileiro é bastante peculiar, e ainda concentra uma proporção significativa em faixas de cilindrada mais modestas com uma proposta essencialmente utilitária, apesar de também oferecer boas oportunidades para modelos mais sofisticados e direcionados ao lazer. A participação das fabricantes generalistas japonesas também é notavelmente mais expressiva, principalmente da Honda e da Yamaha que contam com as maiores redes de concessionárias e assistência técnica, e portanto já fica previsível que mesmo entre modelos voltados a um público diferenciado houvesse uma grande presença dessas marcas, além da Kawasaki que tem no Brasil uma imagem mais vinculada à esportividade. Entre tantos modelos que fizeram sucesso à medida que o mercado nacional retomava uma aproximação ao que havia de mais moderno em seguida à reabertura das importações, e também refletiam uma melhoria no nível técnico das motos de fabricação brasileira, vale destacar ao menos 5 modelos que em algum momento foram uma presença constante no trânsito das principais cidades brasileiras mas hoje já estão menos comuns.

1 - Honda VT600 C/Shadow VLX: com a inegável inspiração estética nas Harley-Davidson, chegou ao Brasil inicialmente por importações independentes quando ainda tinha câmbio com 4 marchas, mas alguns exemplares ainda importados tanto extra-oficialmente quanto pela própria Honda já traziam o mesmo câmbio de 5 marchas usado quando o modelo teve produção no Brasil entre os anos de '97 e 2005. Naturalmente, o simples fato de ser uma custom pressupõe que acabasse sendo muito procurada também por interessados em modificações estéticas, eventualmente descaracterizando a aparência numa proporção que chegue a induzir mais facilmente alguma incerteza quanto ao modelo. Vez ou outra ainda se vê algum exemplar facilmente reconhecível, embora numa frequência muito menor especialmente ao longo dos últimos 6 anos, e na maioria das vezes apresente algum acessório ou modificação de gosto discutível;

2 - Yamaha Virago: com as versões XV535 (exemplar das fotos) e XV250 sendo as mais reconhecidas no Brasil, tendo em vista também que nos mercados internacionais as versões em faixas de cilindrada superiores foram reposicionadas ao longo da década de '90 entre as linhas V-Star e DragStar, a Virago é outra que não teria como negar a inspiração nas Harley-Davidson Sportster. Permanecendo em catálogo no Brasil até 2002, é outra que já dá para contar nos dedos quantas facilmente reconhecíveis eu vi ao longo dos últimos 8 anos;

3 - Kawasaki Ninja ZX-11: o modelo produzido entre '90 e 2001 chegou a ser até '96 a motocicleta de produção em série mais veloz do mundo, característica que certamente favoreceu a presença entre os sonhos de consumo dos playboys da época. Até mesmo o ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, que se referia aos carros nacionais como "carroças" ao justificar a reabertura das importações, rendeu-se aos encantos da superesportiva japonesa. Ao longo dos últimos 6 anos, não vi mais do que duas vezes algum exemplar desse modelo tão icônico, possivelmente o mesmo em ambas as ocasiões;

4 - Honda NX 350 Sahara: com uma carenagem maior que os outros modelos da linha NX, chegando a ficar com um aspecto visual mais semelhante ao que poderia ser uma adaptação da Transalp para usar um motor monocilíndrico já produzido no Brasil ao invés de instalar na fábrica de Manaus ferramental para produzir um V2, a Sahara marcou época. Lançada em '89 e portanto já muito próxima à reabertura das importações, o motor RFVC que antes havia equipado a XLX 350 foi favorecido pela introdução da partida elétrica, e conciliou bem uma aparência moderna e facilidade de manutenção. Permaneceu em linha até '99, e por mais que ainda se vejam algumas em condições de trafegar pelas vias públicas, outras tantas foram descaracterizadas para uso mais restrito em trilhas;

5 - Suzuki GSX-R 750 SRAD de 1ª geração: outro modelo que parecia quase impossível desaparecer das ruas e estradas brasileiras, embora já não se veja com a mesma frequência. Tendo figurado entre as principais referências de desempenho e esportividade por volta de 20 anos atrás, ainda tem fãs bastante fervorosos, embora o custo de manutenção e o desempenho não tão adequado ao uso cotidiano fizeram alguns exemplares sofrerem nas mãos de interessados em "ostentar" à medida que se tornavam "resto de rico". Em parte por alguns equívocos cometidos tanto pela Suzuki quanto pelo representante brasileiro, é relevante destacar que a marca acaba dando uma sequência de vôos de galinha no país, apesar de ter produtos interessantes e na condição de se firmarem como ícones das respectivas épocas a exemplo do que ocorreu com a 1ª geração da SRAD.

2 comentários:

Douglas Antunes disse...

Além destas boas lembranças, recordo-me muito das Yamaha Tenere da década de 80/90, o vizinho que morava na frente da casa do meu pai tinha uma azul com faixas amarelas, eu ficava fascinado com aquela bela Yamaha, talvez por isso goste mais da marca do que da Honda. Aliás, elas eram relativamente comuns, mas o tempo fez com que elas se escasseassem.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Yamaha Teneré 600 azul com a faixa amarela no tanque é mesmo icônica, tanto a com paralama dianteiro baixo e carenagem fixa quanto a de paralama alto e só o farol carenado. Mas a última que eu vi com o paralama alto já estava adaptada com o farol e o painel da XTZ 125.

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