sábado, 2 de fevereiro de 2019

Honda CG 125: fim de uma era

Uma moto que foi líder de vendas no mercado brasileiro por boa parte do período que esteve em produção, a Honda CG 125 deixou de ser produzida na última quinta-feira (31/01/2019). Mantida em linha mesmo depois que versões inicialmente 150 a partir de 2004 e a atual 160 lançada em 2015 vieram sempre com comando de válvulas no cabeçote, característica que só viria a ser incorporada à 125 a partir de 2009, a antiga campeã de vendas já havia se tornado apenas uma sombra do sucesso anterior, com volume de vendas que se mantinha em pouco mais de 10% do atualmente alcançado pela 160. Nos últimos anos, vinha sendo oferecida só em versões básicas Fan e Cargo, e mesmo com injeção eletrônica desde 2014 já não tinha partida elétrica e freio dianteiro a disco nem como opcionais.

Com uma popularidade e importância para a motorização brasileira facilmente comparáveis à do Fusca, a Honda CG 125 se destacava pela proposta utilitária aliada a um baixo custo de manutenção desde a época que ainda usava motor com comando de válvulas no bloco. Tornou-se um importante aliado tanto para a mobilidade urbana quanto pela economia, com destaque para a versão Cargo que foi criada justamente para tentar atender melhor aos motoboys tanto autônomos quanto agregados a empresas. Apesar da Cargo acabar sendo preterida principalmente no varejo em função do valor de revenda menor, e de modelos mais antigos dessa versão terem sido usados à exaustão, a presença de alguns exemplares mais antigos ainda em efetiva operação atesta a tradição de durabilidade iniciada com o motor "varetado" que foi essencial para firmar a Honda como líder de mercado desde a época em que a principal concorrente Yamaha preferia apostar nos motores 2-tempos.

A justificativa alegada para o fim da produção da CG 125 é a obrigatoriedade do uso de sistemas de freio CBS ou ABS nas motos 0km a partir de 2019, mas na prática não chega a fazer tanto sentido. Se por um lado a 125 usava freios a tambor em ambas as rodas, a versão 160 Start ainda também recorre a esse mesmo expediente mesmo já tendo incorporado o sistema CBS denominado CombiBrake pela Honda, o que pressupõe uma facilidade em adaptar o mesmo conjunto nas duas faixas de cilindrada. No fim das contas, outro fator que deve ter pesado até mais para a descontinuação da 125 é a maior demanda pela comodidade da partida elétrica, além da falta de um sistema de habilitação para motos escalonado por faixas de cilindrada e potência que pudesse justificar uma oferta de versões com mais equipamentos de conforto e segurança, de modo que agora cabe às versões 160 levar adiante a fama da CG no mercado brasileiro.

2 comentários:

Joel disse...

Realmente já não se sustentava mais produzir a 125, apesar de ter sido um bom produto.

Diego disse...

Quase impossível um motociclista brasileiro não ter nenhuma experiência com CG, pelo menos na moto-escola.

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