domingo, 12 de janeiro de 2020

Seriam o Volkswagen Vento indiano e o Virtus os mais próximos de um sucessor do Fusca na linha atual da Volkswagen?

Um modelo que não chegou a ser vendido no Brasil mas foi oferecido em outros mercados da região, como é o caso da Argentina onde ainda é vendido como Polo Sedan, o Volkswagen Vento indiano é baseado na 5ª geração do hatch, mas não foi oferecido na Europa Ocidental onde o segmento de sedãs compactos não é tão apreciado quanto nos países da antiga Cortina de Ferro, no sudeste asiático, na América Latina e em algumas partes da África e do Oriente Médio. No mercado doméstico indiano as opções de motor a gasolina são o 1.6 MSI aspirado com câmbio manual de 5 marchas e 1.2 TSI com turbo e injeção direta e câmbio automatizado DSG de dupla embreagem e 7 marchas, além de versões turbodiesel com o motor 1.5 TDI e opção por ambas as configurações de câmbio. Para exportação, considerando fatores que vão desde a complexidade de gerações mais recentes de motores turbodiesel tornando-se demasiadamente caras aos olhos de uma parcela do público até o ceticismo com relação a vantagens de motores turbo a gasolina em regiões com altitude elevada, além de pura e simplesmente não ser tão vantajoso financeiramente recorrer ao motor de cilindrada mais baixa por não se aplicar o escalonamento de alíquotas de imposto atrelado à cilindrada, a opção por um câmbio automático de 6 marchas é oferecida com o motor 1.6 aspirado. Tendo em vista as especificidades de alguns dos mercados onde os sedãs compactos acabam tendo até uma imagem mais prestigiosa diante do hatch equivalente, a maior distância entre-eixos ampliando o espaço interno não apenas proporciona mais conforto mas também torna tanto o Vento indiano quanto o Virtus brasileiro mais adequados à proposta de um modelo destinado ao uso como carro familiar. Já a oferta mais simplificada de motores nos mercados de exportação, para os quais o Virtus oferece só o 1.6 MSI e não tem nenhuma opção turbodiesel, chega a remeter bem vagamente a uma estratégia da época do Fusca que mantinha uma concepção mecânica básica o mais inalterada possível, e assim até favorecia aspectos como a simplicidade de manutenção e a reposição de peças. O fato de serem ainda modelos desenvolvidos para atender a mercados com grandes volumes de vendas é outro ponto que se pode associar ao conceito do Fusca, lembrando ainda que mesmo o Vento não tendo nem chegado a ser vendido no Brasil e o Virtus ter um preço que chega a distanciá-lo de parcelas mais modestas do público brasileiro mesmo contando com a alíquota de IPI menor para motores até 1.0L em versões TSI e o custo de produção menor do MSI ainda proporcionar um preço de tabela mais modesto, o que de certa forma se torna mais um pretexto para ter um pé atrás com a definição de "carro popular" ainda hoje em vigor no Brasil ser baseada estritamente na cilindrada.

Embora seja comum apontar o up! como o modelo mais próximo do conceito essencial do Fusca na linha atual da Volkswagen, o fato de ter um menor espaço interno o descredencia para atender ao uso geral e o mantém mais "especializado" para o tráfego urbano. Considerando também que hoje já não se dá a mesma importância para a transposição de terrenos mais irregulares como na época do Fusca e a grande maioria dos "populares" atuais não ser otimizado para essas condições, nem a versão cross up! conseguiria evocar uma memória afetiva que pudesse ser associada ao clássico que deu origem à marca, apesar da atual linha de sedãs compactos também não ter algum apelo nostálgico tão forte mas atenderem melhor às necessidades de um único veículo para uso familiar apto a proporcionar conforto também em trechos rodoviários mais extensos se tornou outro tiro no pé com relação à idéia do up! como um sucessor direto do Fusca.

Invariavelmente, um aspecto marcante do Fusca que não pode ser assimilado na mesma proporção pelos modelos que venham a ser tratados como eventual sucessor é o carisma.

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