1 - configurações de suspensão: tomando por referência tanto o Fusca quanto o modelo brasileiro do Fiat Uno, que tinham motor e tração em lados opostos, até teria sido possível usar eixo dianteiro rígido no Fusca como em algumas
2 - fluxos de ar para admissão e refrigeração: no tocante à captação, tende a ser mais fácil aproveitar a posição do motor dianteiro para evitar o custo de soluções aerodinâmicas mais sofisticadas que viriam a compensar as alterações que o fluxo de ar de impacto sofre em diferentes zonas da carroceria durante o deslocamento do veículo;
3 - acesso ao compartimento de bagagens: sem alguma protuberância invadindo o espaço destinado à acomodação de bagagens ou eventuais cargas, a abertura da tampa do porta-malas pode ter o vão maior em modelos de motor dianteiro, facilitando acondicionar materiais volumosos. Mesmo podendo alegar que um motor traseiro em alguma configuração que permitisse instalação relativamente compacta como um boxer de 2 cilindros viabilizaria ter 2 bagageiros, é difícil negar que um compartimento único que tenha na prática o mesmo volume de 2 menores e seja facilmente acessível também por dentro do habitáculo faz bastante sentido;
4 - acesso do motor em derivações de uma mesma plataforma: um caso que me chama a atenção é a preferência por sedans em alguns mercados, como a Turquia para onde a Renault desenvolveu a partir do Clio II o primeiro Symbol, que no Brasil ficou conhecido simplesmente como Clio Sedan. Com as distâncias entre-eixos discrepantes entre os lados esquerdo e direito em função da posição das barras de torção da suspensão traseira independente, mas idênticas às observadas no hatch, o balanço traseiro notavelmente mais longo poderia comprometer a ergonomia no acesso ao motor, algo que deixa de ser uma preocupação tendo em vista que com o motor dianteiro o acesso é rigorosamente idêntico sem distinção pelo tipo de carroceria;
5 - economia de escala com plataformas e componentes off-the-shelf: condição bem observada em modelos especificamente destinados a países "emergentes" ou até periféricos, caso Renault Clio Sedan e também do Chevrolet Celta que era basicamente uma simplificação do Opel Corsa B, acaba sendo até previsível que a consolidação de uma configuração de motor e tração dianteiros aparentemente mais favorável às condições de rodagem de grandes centros europeus ocidentais e rodovias bem conservadas se mantenha para evitar alterações eventualmente onerosas para adaptar alguns componentes e sistemas para que pudessem atender satisfatoriamente a um hipotético uso com motor e tração traseiros.
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