segunda-feira, 4 de julho de 2022

Rádio: hoje subestimado, mas ainda muito importante

A tecnologia às vezes surpreende, seja por uma evolução muito rápida em alguns casos, seja por peculiaridades que favoreçam uma continuidade de algo que parecia "obsoleto". É exatamente assim com o rádio, que ainda mantém relevância mesmo após parecer que seria substituído pela televisão, e resistindo até à ascensão dos serviços de streaming que cresceram com a massificação da internet, e a bem da verdade pode-se atribuir à internet uma facilidade para estações de rádio terem uma audiência que extrapola as respectivas áreas de cobertura de sinal com o simulcast. E a bem da verdade, convém lembrar que o rádio proporcionou uma comunicação ágil e a rápida difusão de notícias antes da internet alcançar grandes públicos, tendo em vista as transmissões em ondas curtas que ainda são habituais entre algumas emissoras públicas, estritamente noticiosas ou religiosas mundo afora, que se hoje atendem mais a ouvintes entusiastas das ondas curtas que colecionam os chamados "QSL Cards" e eventualmente a expatriados tentando acompanhar notícias do país de origem, vale destacar que houve em outras épocas a profissão denominada "radioescuta", que se valia de acompanhar a programação de outras emissoras visando a obtenção de notícias até do exterior que só a transmissão de rádio em ondas curtas podia proporcionar mais rapidamente antes que a internet se tornasse hegemônica.
E mesmo que receptores de ondas curtas não sejam mais tão comuns, além da migração das emissoras de rádio AM no Brasil para a faixa estendida de FM implementada junto à desativação das transmissões analógicas de TV, convém destacar tal situação como uma prova da relevância do rádio, tendo em vista que a faixa estendida de FM opera na antiga frequência dos canais de televisão analógica VHF entre 2 e 5, enquanto a antiga faixa de AM dando lugar a uma expansão da internet móvel 5G. Vale lembrar ainda a praticidade do rádio em algumas situações, sem exigir que o ouvinte desvie o olhar do que estiver fazendo simultaneamente a ouvir rádio, algo útil até para quem esteja dirigindo um carro por exemplo, quando além de servir como um eventual entretenimento também pode fornecer informações sobre as condições de tráfego e outras informações relevantes até para a segurança do motorista. Enfim, além de ter uma utilidade até para proporcionar um conforto espiritual a um católico que vá ouvir a uma missa pela Rádio Aparecida em ondas curtas, ou até mesmo para a minha cadela de estimação ouvir jogo do Palmeiras na Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, no fim das contas o rádio ainda mantém uma grande relevância junto aos mais diferentes segmentos do público em alguns momentos, e mais complementa outras mídias ao invés de trocar fogo amigo com a televisão que na teoria o substituiria e até com a internet que passou a competir mais com a televisão.

3 comentários:

Thiago Barbosa disse...

O rádio é atemporal. Quem agoniza é o jornal impresso. Por mais que haja streamings de música, as radios sempre estarão para transmitir notícias, bem como anucios

Xracer disse...

Eu gosto demais de radio, kamikase, desde criança e adolescente já ouvia estacoes em ondas curtas, tive vizinho que era radio-amador, colegas que tinham Faixa do Cidadão (CB) e outro vizinho que tinha um radio Philco Transglobe. No carro o radio é ótimo companheiro, em tempo real. Nos EUA conheci os rádios pra carro por satélite e assinatura paga SIRIUS XM, pegam em todo lugar e variadas estacoes por tema. Fico triste somente com a desativação das rádios AM dando lugar a banda ao celular 5G !

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Embora eu já tenha morado em lugares onde a recepção de sinal era melhor, pouco aproveitei para ouvir estações que transmitem em ondas curtas. Quanto ao rádio no carro, embora seja mais lembrado pelo entretenimento, ainda é comum ver taxistas e caminhoneiros terem acesso mais fácil a notícias exatamente pelo rádio ao invés da televisão, e à cobertura do futebol que tantos apreciam. Mas acho difícil o público tradicional do rádio no Brasil aderir ao XM, tanto em função de custo quanto da ascensão dos podcasts transmitidos via internet e de alguns grupos de mídia transmitirem a programação das rádios também via internet, e até aquela parte do público mais "moderninha" adepta das "centrais multimídia" com espelhamento do celular me parece mais propensa a outros meios para fins de mero entretenimento. Quanto à desativação das rádios AM no Brasil, o que me deixa mais intrigado é pouco se falar em adaptações para alguns segmentos do público fazerem a migração do AM para a faixa estendida de FM.

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