Modelos inicialmente vistos como um tanto excêntrico diante da antiga hegemonia dos fabricantes de origem americana no mercado brasileiro, e tendo chegado ao país na década de '50 e sendo alçados ao sucesso, o Fusca e a Kombi foram as bases para a Volkswagen até chegar a alcançar repetidas vezes a liderança de vendas de veículos no Brasil. Favorecidos por características técnicas avançadas para os padrões da época, bem como pela publicidade exaltando a economia e a praticidade que contrastavam com a opulência das "banheiras" americanas do pós-guerra, também apresentavam custo operacional menor e enfrentavam as condições de rodagem tanto na cidade quanto no campo com uma desenvoltura e versatilidade que entre os americanos só o Jeep oferecia. E a bem da verdade, o porte relativamente compacto em proporção às capacidades de passageiros ou carga e a facilidade para manobra em espaços exíguos ainda são vantagens diante da "engorda" que gerações mais recentes de carros "populares" e de utilitários leves de carga sofreram ao longo das últimas décadas.
Naturalmente a falta de itens de segurança como freios ABS e a inviabilidade de instalar airbags seria o pretexto mais óbvio para tentar dissuadir quem ainda se interesse pelos modelos, bem como alegações de cunho pretensamente ecológico como a incompatibilidade do motor refrigerado a ar com as normas de emissões cada vez mais rigorosas ou a maior dificuldade para estabilização da marcha-lenta após a partida que é ainda mais crítica quando se usa álcool como combustível, embora a simplicidade faça do motor boxer da Volkswagen um dos mais cultuados e reconhecidos como "à prova de burro", embora a adaptação de outros motores também já seja relativamente comum. A inclusão de equipamentos como ar condicionado e direção assistida também já pode ser implementada com relativa facilidade para usos mais frequentes com um conforto razoável diante das limitações dos projetos originais, e assim até uma Kombi que siga em uso para frete ou um Fusca cujo perfil de utilização seja estritamente urbano podem ser mais satisfatórios do que inicialmente pareceria. E também convém destacar o motor refrigerado a ar como menos problemático do que poderia inicialmente parecer, tendo em vista que ao dispensar um fluido de arrefecimento à base de etilenoglicol diluído em água (preferencialmente desmineralizada) já elimina uma fonte de contaminação de lençóis freáticos pelo eventual descarte irregular de tais fluidos.
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