quinta-feira, 22 de julho de 2021

5 motivos para a Honda Pop 110i ainda ter algum espaço no mercado brasileiro

Um projeto eventualmente mal-interpretado por alguns brasileiros que parecem viver numa espécie de bolha, a Honda Pop mantém uma proposta estritamente utilitária e claramente mais direcionada ao uso urbano. O desempenho modesto, a pequena capacidade do tanque de combustível e a ausência de itens de conforto ou segurança presentes em outros modelos tanto da Honda quanto da concorrência induzem uma parte do público a subestimar a Pop, sempre oferecida em versão única desde o lançamento e hoje a 110i trazendo injeção eletrônica mas permanecendo com partida a pedal. Embora não seja justificável dizer que esteja em vias de tornar-se tão icônica no mercado brasileiro como a CG, é inegável que ainda há uma série de fatores justificando a presença da Honda Pop 110i valendo destacar ao menos 5:

1 - alternativa ao transporte coletivo: tanto usuários que enxerguem nas motos uma opção até mesmo mais econômica de médio a longo prazo, quanto os que priorizem uma maior flexibilidade na definição de rotas e horários, são um público-alvo relevante para a Pop em grandes centros urbanos e respectivas regiões metropolitanas. E as restrições implementadas em algumas cidades brasileiras pela deflagração da crise sanitária causada pelo novo coronavírus chinês também levam a motocicleta a ser vista não só em função de custo e flexibilidade, mas também como uma opção menos favorável ao contágio;

2 - rodízio de veículos em São Paulo não ser aplicável a motos: uma herança maldita que se arrasta desde a gestão de Celso Pitta, o rodízio de veículos pelo dígito final das placas levou muitos cidadãos paulistanos a considerarem opções desde um carro mais modesto somente para usar no dia de rodízio do veículo principal ou uma moto. À medida que as capacidades de carga e passageiros de um carro não forem efetivamente necessárias, uma moto pode atender satisfatoriamente a diversos usuários, e pode ser conveniente considerar um modelo mais simples para uso mais eventual devido aos custos menores tanto de aquisição quanto manutenção;

3 - facilidade de manutenção: naturalmente, um modelo de concepção tão minimalista como a Honda Pop tende a não exigir um nível de sofisticação técnica tão avançado durante manutenções de rotina. A injeção eletrônica pode não parecer tão à prova de burro aos olhos de consumidores com um perfil mais conservador, mas não chega a ser algo de outro mundo, e a massificação dessa tecnologia tem facilitado a obtenção de assistência técnica e peças de reposição. Num momento delicado para a economia, que tem exigido alguma austeridade para manter equilibradas as finanças pessoais, também é previsível que a manutenção mais simples e menos onerosa faça alguns levarem mais a sério a hipótese de adquirir uma motocicleta;

4 - tamanho conveniente para o tráfego urbano: considerar a Honda Pop 110i mais "especializada" ao uso urbano está longe de ser um exagero, e o desempenho modesto não é o único motivo para isso. O porte extremamente compacto e o baixo peso favorecem manobras em espaços mais exíguos, bem como encontrar locais para estacionar, tanto para usuários estritamente particulares quanto aqueles que recorrem a uma motocicleta para prestar serviços de entregas e complementar a renda ou eventualmente se sustentarem como consequência da perda de empregos em decorrência da crise causada pela resposta ao vírus chinês que foi excessivamente judicializada e delegada a estados e municípios que levaram a resultados desastrosos;

5 - receptividade do mercado nordestino: embora também seja possível considerar que as capitais de estados do Nordeste também tenham algumas "bolhas" onde o cliente que recebe o lanche via i-Food na porta do apartamento não veja a moto do entregador, a maior força da Honda Pop 110i está no mercado nordestino, principalmente em cidades do interior onde a popularização das motocicletas foi ainda mais determinante para a mecanização. Está longe de ser exagero atribuir à Pop uma grande importância para manter a hegemonia da Honda, como opção para enfrentar um dumping de ciclomotores chineses que teve mais força nas regiões Norte e Nordeste que no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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