segunda-feira, 21 de março de 2022

5 modelos com motor transversal e tração dianteira que chegam a me surpreender por nunca ter aparecido uma cópia chinesa com motor longitudinal e tração traseira

Alguns veículos se destacam por alguma peculiaridade, mesmo que pareça ter sido banalizado o motor transversal e a tração dianteira. Eventualmente, determinados modelos poderiam ter sido bem servidos por uma configuração mais "arcaica" com motor longitudinal e tração traseira por diversas razões, mas tanto fabricantes tradicionais quanto vários fabricantes chineses de origem um tanto obscura e focados principalmente na produção de cópias de minivans e pick-ups Suzuki e Mitsubishi. Me surpreende que essa mesma experiência com o uso de conjuntos mecânicos copiados daqueles utilitários japoneses com motor longitudinal e tração traseira, aparentemente, nunca tenha sido aproveitada para eventuais cópias de outros modelos tanto ocidentais quanto japoneses, e ao menos 5 podem ser mencionados: 

1 - EcoSport de 1ª geração: antes que a Ford internacionalizasse o EcoSport dentro daquela estratégia One Ford, ainda era muito restrito à América Latina com uma presença extremamente tímida em partes da África. Como essa geração inicial foi lançada em 2003, um período que até fabricantes chineses hoje bem consolidados em mercados de exportação insistiam em fazer cópias de qualquer modelo japonês ou ocidental, é até surpreendente que nunca tenha aparecido alguma imitação com o conjunto mecânico idêntico ao de alguma minivan baseada nos projetos da Suzuki. Tendo em vista que uma das empresas chinesas associadas à Ford na China é a Changan, notabilizada no Brasil a partir de 2007 quando teve a comercialização de cópias da Suzuki Carry trazidas com a marca Chana, é ainda mais surpreendente a ausência de uma adaptação local do EcoSport que pudesse aproveitar conjuntos mecânicos derivados da Suzuki; 

2 - Mercedes-Benz Classe A de 1ª geração: originalmente desenvolvido para ter motorização elétrica, o assoalho era um tanto elevado para liberar espaço que seria destinado a acomodar baterias. Portanto, a eventual adaptação de uma carroceria copiada desse modelo a um chassi já produzido por um fabricante chinês de minivans de motor longitudinal e tração traseira copiadas da Suzuki ou da Mitsubishi até seria relativamente fácil;

3 - Chrysler PT Cruiser: com um desenho bastante controverso, mas que encontra apreciadores de um estilo "de calhambeque", ficaria difícil negar que uma cópia de tração traseira cairia como uma luva. No caso, poderia ser considerado o uso de elementos mecânicos copiados de pick-ups Toyota Hilux e Isuzu TF/Faster/Rodeo que eram copiadas à exaustão por fabricantes chineses hoje em franca ascensão como a Great Wall. Naturalmente seria inevitável recordar que um conjunto mecânico mais austero copiado das minivans talvez pudesse ser mais favorecido tanto na própria China quanto em alguns mercados de exportação onde a incidência de impostos acaba sendo atrelada à cilindrada;

4 - Mitsubishi Lancer de 6ª geração: embora tenham sido feitas cópias "oficiais" pela Soueast Motors, com a mesma configuração mecânica do modelo original japonês, uma eventual adaptação para tração traseira que servisse a uma cópia "extra-oficial" atenderia bem desde a um público mais austero até fãs dos Lancer Evolution que desejassem uma base mais simples para montar uma réplica dos Evos IV, V ou VI mesmo abrindo mão da tração 4X4 que o Evo original dispunha. Com o ciclo de produção tendo ido de '95 a 2003, abrangendo o início de uma difusão do drift atraindo mais entusiastas para os carros japoneses, uma cópia chinesa que pudesse ser facilmente caracterizada para ficar com uma aparência do modelo original japonês por fora mas tivesse tração traseira acabaria tendo algum apelo comercial;

5 - Chevrolet Montana: durante o ciclo da 2ª geração, chegou até a dominar o segmento das pick-ups compactas na África do Sul, onde a montagem era feita localmente com kits CKD brasileiros desde a geração anterior.
Com a retirada da General Motors de vários mercados de mão inglesa mundo afora iniciada no final de 2017 pela Índia e também pela África do Sul, embora a SAIC tenha aproveitado o espólio da operação indiana que era mantida num esquema de joint-venture como ambas as empresas mantém na China, e o mercado sul-africano carente de opções para quem deseja uma bakkie compacta, chega a surpreender que a própria SAIC tenha deixado passar a oportunidade de fazer por conta própria uma adaptação da Montana para tração traseira de modo a aproveitar componentes daquelas minivans e pick-ups Wuling, mesmo que tivesse sido aplicada à geração anterior da Montana, que até no Brasil tem fãs fervorosos em função do desenho considerado mais harmônico e da plataforma mais moderna. 

Um comentário:

Nanael Soubaim disse...

A mão de fazer gambiarra chega a coçar.

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