quarta-feira, 22 de março de 2023

Por quê o farol sealed-beam ainda encontra alguns adeptos bastante irredutíveis?

Obrigatórios nos Estados Unidos entre 1940 e 1982, os faróis sealed-beam costumavam ser um detalhe que saltava aos olhos e permitia a rápida identificação de versões US-spec até de carros feitos em outras regiões como o Jaguar XJS, que diga-se de passagem ainda os mantinha na época que esse exemplar de 1984 foi produzido. E embora o período da obrigatoriedade dos sealed-beams nos Estados Unidos possa dar a impressão de ter atrapalhado mais que ajudado, tendo em vista a lentidão de readequações que se fizeram necessárias para facilitar a adaptação de novos modelos à regulamentação americana no tocante ao tamanho e configurações permitidas para os conjuntos de faróis, bem como uma proibição ao uso de proteções e ornamentos à frente dos faróis em funcionamento para veículos de especificação americana a partir de 1968, os sealed-beams ainda encontram adeptos irredutíveis tanto para veículos de coleção como um Jaguar XJS quanto para outros tantos que se mantenham em uso frequente como por exemplo inúmeros veículos utilitários que permaneciam usando sealed-beams em função de um custo moderado.
Naturalmente o uso de faróis com o facho simétrico, da mesma intensidade tanto para o acostamento quanto para o meio da pista, já se revelava vantajoso quanto à logística ao viabilizar que o mesmo farol ou par de faróis pudesse ser instalado tanto no lado esquerdo quanto direito, embora também tenha sido comum em algumas regiões como a Ásia o uso de sealed-beams de facho assimétrico no farol baixo que direcionavam uma maior intensidade de luz no lado do acostamento. Os formatos padronizados, desde a época que era obrigatório um par de faróis redondos de 7 polegadas ou 178mm até ser autorizado em 1957 usar a configuração com 4 faróis ainda redondos mas com 5,75 polegadas ou 146mm e separação dos focos alto e baixo como usado no Jaguar XJS, até que em 1974 foram permitidos sealed-beams retangulares de 7,9 por 5,6 polegadas ou 200 por 142mm quando usados um de cada lado e de 6,5 por 3,9 polegadas ou 165 por 100mm que seria aplicável aos veículos com 4 faróis, no fim das contas tinha a vantagem de uma peça idêntica difiiclmente sofrer variações de preço de acordo com o veículo, até os modelos mais exóticos. E como nos Estados Unidos ainda é muito comum o uso de sealed-beams especialmente entre veículos utilitários de trabalho, basicamente por ser considerado barato e manter uma intercambialidade entre diferentes modelos na mesma frota, seria um argumento a favor para preservar a originalidade em modelos antigos, mesmo já sendo até fácil encontrar blocos ópticos de formato semelhante para uso de lâmpadas substituíveis como em qualquer farol moderno com formato específico para cada modelo.

Um caso peculiar foi da Mitsubishi L200 de 2ª geração, que ainda chegou a vir importada do Japão com sealed-beams retangulares que eram praticamente onipresentes nas caminhonetes médias japonesas das décadas de '80 e '90, mas durante o ciclo de produção estendida no Brasil recebeu faróis redondos, sem que fossem sealed-beams mas também valendo-se de uma percepção de facilidade de reposição porque já era bastante comum essa configuração desde motos até caminhões. Cabe ressaltar entre os pretextos a favor de sealed-beams o fato de serem basicamente imunes a infiltração de umidade ou até de partículas que possam ser encontradas em alguns ambientes onde os veículos trafeguem, especialmente desejável em situações off-road às quais uma pick-up 4X4 teoricamente seria mais orientada, em que pese faróis modernos com lâmpadas removíveis serem frequentemente mencionados como mais resistentes ou até mesmo "inquebráveis" devido ao uso de plásticos como o policarbonato para a fabricação das lentes em substituição ao vidro. Outro aspecto a considerar quanto às diferenças dos materiais é o fato do vidro ter uma maior resistência a danos por contato com alguns produtos químicos ou abrasivos e à degradação que pode ser causada pela exposição aos raios ultravioleta que torna opacas lentes de faróis de plástico.

Tendo perdido espaço no mercado de automóveis até nos Estados Unidos à medida que deixaram de ser obrigatórios, mas tendo permanecido popular em veículos pesados como caminhões por bastante tempo basicamente em função da modularidade e por ser algo que os operadores já eram bem familiarizados, os faróis sealed-beam também se mantiveram confortavelmente por causa das regulamentações que nos Estados Unidos são bem específicas, e portanto pouco convidativas a modernizações devido aos custos de homologação. Por mais que até caminhões americanos tenham deixado de usar apenas sealed-beams, é inegável que um certo conservadorismo entre operadores comerciais ainda os favoreça também fora dos Estados Unidos, embora os sealed-beams retangulares estejam mais difíceis de encontrar por terem menos demanda entre colecionadores de automóveis antigos em comparação a sealed-beams redondos. Enfim, por mais que até os sealed-beams halógenos pareçam demasiadamente defasados aos olhos do público generalista mesmo que em carros mais austeros ainda se usem lâmpadas halógenas nos faróis, é compreensível que os sealed-beams ainda encontrem alguns adeptos bastante irredutíveis.

2 comentários:

Roberto disse...

Farol Cilibim! Hahahaha, como já ouvi isso!

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Recentemente, ouvi do dono de um Fusca que os faróis eram "cilibrim".

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