domingo, 25 de fevereiro de 2024

Mazda MPV da geração original: aparência abrutalhada para os padrões das minivans pode ter levado a uma incompreensão?

Produzida entre 1988 e 1999, a primeira geração da Mazda MPV certamente chamava a atenção por ter características tanto de ordem técnica quanto estéticas que remetiam mais aos SUVs que a uma minivan da mesma época, destacando-se o motor longitudinal e a tração traseira que ainda predominavam junto aos SUVs. Curiosamente, apesar da opção de tração nas 4 rodas ter sido oferecida em algumas regiões, e ter sido a única dentre as gerações da Mazda MPV a ter sido oferecida com câmbio manual, fica claro que um motor turbodiesel fez falta a um veículo cujo caráter utilitário é tão evidente, e teria certamente sido mais competitivo em regiões tão diversas quanto a Europa onde preços de combustíveis e políticas favoreciam motores Diesel de um modo geral ou partes do sudesde asiático onde a aparência próxima à de um SUV favoreceria tratar o modelo como uma alternativa mais sofisticada e igualmente robusta aos AUVs (Asian Utility Vehicle) que eram especialmente populares em países como Indonésia e Filipinas. A bem da verdade, talvez o aspecto visual um tanto austero unindo elementos de SUVs e minivans, tal qual um declaradamente rústico AUV, tenha levado a Mazda MPV de primeira geração a perder muita competitividade à medida que outros fabricantes japoneses ofereciam minivans projetadas em função da possibilidade de exportação aos Estados Unidos na época áurea das "soccer-mom vans" antes que a moda dos SUVs tomasse a proporção atual com qualquer hatch de salto alto sendo chamado de SUV.

Os motores com 4 cilindros inicialmente de 2.6L e posteriormente 2.5L quando para os Estados Unidos e o Canadá passou a ser oferecido somente o V6 de 3.0L atendiam bem à proposta do modelo, além da tração traseira por eixo rígido que ainda era especialmente favorecida em regiões onde a capacidade de reboque era um requisito bastante apreciado e havia uma desconfiança quanto à aptidão de congêneres com tração dianteira a condições de uso mais pesadas. Uma relativa facilidade que o motor longitudinal e a tração traseira proporcionam para adaptações, bem como o projeto ter alguns elementos em comum com pick-ups e vans comerciais de cabine avançada teria facilitado a inserção de um motor Diesel, que poderia muito bem ser também proveniente da linha de veículos comerciais da Mazda à época e cairia como uma luva na Europa e no sudeste asiático, embora talvez acabasse ficando ainda mais distante da proposta de uma minivan "americanizada" que era prioridade absoluta antes da ascensão da China entre os maiores mercados automobilísticos mundiais. O porte nem tão compacto, tendo em vista a largura já exceder o limite para um veículo ser considerado compacto no Japão onde era produzida, também teria influenciado a Mazda a tentar apresentar o modelo como algo mais próximo das minivans americanas que em muitos mercados de exportação (Brasil inclusive) acabam sendo considerados de luxo, embora a configuração que lembra mais um AUV indonésio ou filipino tenha levado a ser menos apreciada do que merecia nos principais mercados internacionais...

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