Um dos veículos mais controversos do atual cenário automotivo brasileiro, sobretudo em função do design ame-ou-odeie, a Chevrolet Spin acaba apresentando características que não escondem a vocação para atender a mercados emergentes. Desde o compartilhamento da plataforma GSV (Global Small Vehicles) com outros modelos já existentes, diminuindo os custos de desenvolvimento, até o uso de um motor mais antigo e tecnicamente simples, passando pelo design notadamente influenciado por modelos de porte semelhante bastante apreciados no sudeste asiático, surpreende positivamente em alguns aspectos.
Um fator que até certo ponto dificultava o projeto era a necessidade de atender perfis de consumidores com diferentes necessidades no tocante à capacidade de passageiros: tanto a Chevrolet Zafira, com 7 lugares, quanto a Chevrolet Meriva, de 5 lugares, oriundas de projetos da Opel, já haviam sido descartadas na Europa, mas as respectivas sucessoras tem custo de produção alto demais para as características do mercado nacional.
A decisão de substituir ambas com um modelo único inicialmente causou controvérsias, sobretudo em função da diferenciação entre versões com diferentes capacidades de passageiros e eventualmente por receios quanto à adequação de diferentes motores a um veículo que, em comparação com a Meriva, era mais pesado. Entre o 1.4 EconoFlex oferecido em versões mais simples da Meriva e o 2.0 FlexPower da Zafira, optou-se por um meio-termo com o 1.8 FlexPower usado na Meriva, que passou a ser identificado como EconoFlex. Apesar das 8 válvulas, com comando simples no cabeçote e sem variador de fase, permanece como uma opção equilibrada, com torque em faixas de rotação mais baixas, o que acaba por não suscitar tantos questionamentos acerca de eventuais vantagens a serem obtidas caso fosse adotado um cabeçote DOHC de 16 válvulas. Mas a maior vantagem, sem dúvida, foi na escolha do câmbio automático (opcional) com 6 marchas, que possibilita uma otimização das relações de marcha em comparação com o de 4 marchas usado na Zafira, e que o automatizado de 5 marchas da Meriva. Vale lembrar que entre os taxistas a Meriva com motor 1.8 passou a ser um tanto desprezada a partir do momento que o câmbio Easytronic passou a ser a única opção, com o câmbio manual restrito às 1.4, visto que a adaptação para uso de gás natural provocava interferências no módulo de gerenciamento eletrônico do câmbio, muito mais sensível que o normalmente usado num automático.
O espaço interno e o acabamento simples mas bem-elaborado também a qualificam tanto para uso familiar quanto aplicações comerciais. O porte compacto proporciona boa agilidade em ambiente urbano.
No fim das contas, a Spin sacrifica um pouco de beleza nas formas, mas apresenta uma funcionalidade que a favorece quanto ao custo/benefício.
4 comentários:
Esse motor é velho demais, podiam ter a decência de usar o 1.8 de 16 válvulas do Cruze nas top de linha pelo menos.
É um motor de concepção antiga, mas não é o pior de todos. Ainda tem boa tolerância às variações na qualidade de combustíveis e lubrificantes, problema ainda comum no mercado brasileiro.
Chega a dar uma tristeza de ser brasileiro vendo os carros novos, carroça que o europeu não se arrisca a vender nem na África mas aqui sai a peso de ouro.
A essa altura do campeonato, nem sei se não vai mesmo ser vendida em alguns países africanos. Pelo menos no sudeste asiático já está confirmada, com produção na Indonésia usando os motores S-TEC 1.2L e 1.5L nas versões a gasolina e um 1.3L turbodiesel.
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