terça-feira, 1 de dezembro de 2020

5 motivos que ainda me levariam a não rejeitar um câmbio automatizado monoembreagem

Atualmente rejeitados pelo público generalista no segmento de veículos leves, embora mantenham uma boa aceitação entre operadores e gestores de frota em veículos pesados como caminhões e ônibus, os câmbios automatizados monoembreagem podem não ter a mesma suavidade de um câmbio automático convencional nem a rapidez de um automatizado de dupla embreagem, mas a princípio ainda poderiam ser tão apreciados em automóveis como são na linha de caminhões e ônibus Volkswagen V-Tronic. Por mais que a princípio um automático ainda seja a opção que mais me agrade, também em comparação aos automatizados de dupla embreagem, ao menos 5 motivos me fariam ainda considerar um câmbio automatizado monoembreagem:

1 - custo inicial: dadas as características construtivas mais próximas a um câmbio manual, é previsível que um câmbio automatizado monoembreagem tenha uma diferença menos exacerbada no tocante ao custo inicial. E enquanto a maioria dos câmbios automáticos convencionais é produzida no Japão, nos Estados Unidos ou na Coréia do Sul, a princípio permanece mais fácil uma nacionalização da produção de câmbios automatizados a exemplo do que já ocorre para atender ao mercado de veículos pesados;

2 - teoricamente mais fácil oferecer treinamento para assistência técnica independente: enquanto os câmbios automáticos permanecem com uma imagem de serem mais "especializados" aos olhos dos gestores de frotas comerciais, e portanto favorecendo uma prevalência do câmbio manual, uma maior similaridade que os automatizados monoembreagem apresentam com os manuais a princípio na teoria pode favorecer a familiarização de mecânicos independentes. Mas em se tratando do Brasil, acabou não ocorrendo uma receptividade tão boa pela assistência técnica independente na época da introdução dos câmbios automatizados monoembreagem I-Motion na linha de automóveis da Volkswagen, Dualogic na Fiat e Easytronic na Chevrolet, além da maior parte do público aparentemente não ter entendido bem a idéia por trás desse tipo de câmbio que não é idêntico a um automático convencional;

3 - relativa agilidade: enquanto os câmbios automáticos convencionais não escapam ao deslizamento (slip) do conversor de torque, o fato de um automatizado manter o acoplamento por fricção proporciona uma relativa agilidade nas arrancadas. Naturalmente, calibrações que não proporcionavam um nível de progressividade no acionamento e na liberação da embreagem causam alguns "trancos" que não seriam observados num automático convencional exatamente em função do acoplamento viscoso através do conversor de torque. E mesmo que o conversor de torque tenha evoluído nas últimas décadas com o bloqueio (lock-up) se tornando mais comum e diminuindo sensivelmente o deslizamento sem causar um prejuízo à suavidade, ainda persistem diferenças sensíveis entre os tipos de acoplamento;

4 - expectativas de redução de consumo e custo de manutenção sem sacrificar o desempenho: não se pode ignorar a necessidade de substituir conjuntos de embreagem com uma periodicidade que varia de acordo com as condições de uso do veículo, procedimento que um câmbio automático convencional dispensa, mas o fato de ter uma concepção mais parecida com a de um câmbio manual faz com que um automatizado monoembreagem permaneça menos sensível a um prolongamento dos intervalos entre as lubrificações que pode ser extremamente crítico no caso de câmbios automáticos quando se leve ao pé da letra alegações de que o fluido para transmissão automática ATF "longa vida" dispense a necessidade de trocas durante a vida útil operacional do veículo. E como um câmbio automatizado monoembreagem tende a fazer as mudanças de marcha "no tempo", dispensando a necessidade de acionar a embreagem, já reduz a incidência de manutenções. O menor impacto sobre o peso do veículo e o acoplamento mais direto também tendem a favorecer uma redução no consumo de combustível em comparação a câmbios automáticos, motivo pelo qual os automatizados monoembreagem permaneceram relevantes na Europa até em modelos que no Brasil já eram oferecidos com câmbio automático convencional. Também cabe salientar que um câmbio automatizado, ao menos teoricamente, é calibrado para manter a marcha que proporcione o melhor equilíbrio entre desempenho e economia de combustível;

5 - eventual facilidade para adaptações: tal qual um câmbio automático convencional, é importante destacar que a ausência de um pedal de embreagem já é um elemento a menos para modificar no caso de adaptações para condutores com alguma deficiência física, ou até dispensá-las caso o problema se restrinja à perna esquerda. Usuários que tenham uma lesão mais severa que comprometa totalmente a operação de um câmbio manual, ou que considerem mais seguro valer-se da automação das mudanças de marcha, também são favorecidos.

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