Um daqueles veículos fundamentais para a reconstrução da Europa no pós-guerra, e que posteriormente seria alçado à condição de ícone cultural especialmente com relação à Itália, a Lambretta alcançou um sucesso considerável também em outros mercados, como o Brasil.
Esse exemplar do ano de 1964, produzido ainda na época que a empresa licenciada pela Innocenti para fabricar Lambrettas no Brasil era a Pasco Lambretta, é da versão S175 que havia sido lançada naquele mesmo ano, equivalente ao modelo TV175 italiano.
Alguns emblemas originais de época deixam bem claro tratar-se de um exemplar fabricado no Brasil...
Naturalmente o modelo se destaca como um retrato daquela época que scooters eram mais vistas como modelos essencialmente utilitários e, mesmo que ainda dispusessem de câmbio manual ao invés do que se vê hoje com o automático CVT prevalecendo na categoria, a praticidade e a leveza em comparação a motos de concepção mais tradicional asseguravam um sucesso comercial antes que o Japão passasse a ser a maior referência mundial na índústria motociclística.
Especialmente curioso é o seletor do câmbio na manopla esquerda e junto à manete de embreagem, tipo "quebra-punho" que era comum em scooters antigas e até em algumas motos européias com cilindradas modestas e poucas marchas, embora pareça algo excêntrico à medida que a concorrência japonesa teve uma fundamental importância para o seletor de câmbio no pé esquerdo prevalecer mesmo em motos de proposta austera e essencialmente utilitária.
Chama a atenção que, com um pedal de partida estendendo-se por fora do assoalho, somente o pedal do freio traseiro tenha posição mais próxima do que viria a ser o padrão nas motos e mesmo em scooters de projeto mais moderno, que na maioria das vezes tiveram abolido o câmbio manual a favor do CVT.
E muito embora alguns detalhes específicos do contexto histórico que originou a Lambretta como trazer um pneu sobressalente, devido às péssimas condições viárias da Itália do pós-guerra e de muitos países em desenvolvimento onde scooters eram uma opção antes da hegemonia das motos japonesas levando à efetiva necessidade de tal recurso ao percorrer trajetos razoavelmente longos onde a assistência técnica seria mais escassa, outros como a perfeita integração do farol e do painel ao guidon ainda são prática comum no segmento de scooters.
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