Lançada mundialmente em 2018, a atual geração do Suzuki Jimny tem qualidades que tornam o modelo adequado a variados perfis de uso, e até uma parte mais urbana do público aproveita o porte compacto e a manobrabilidade em espaços confinados que se revela útil tanto em trilhas mais travadas quanto para encontrar vagas de estacionamento em grandes centros urbanos. Ainda que um sistema de tração nas 4 rodas com caixa de transferência de dupla velocidade (a popular "reduzida") levando à classificação do modelo como utilitário e a uma alíquota de IPI sem distinção por faixa de cilindrada acima da aplicada aos carros "populares" quanto a tendência de parte do público brasileiro generalista ser negligente no tocante à manutenção preventiva pudessem contra-indicar tentativas de trazer uma versão com o motor turbo de 0.66L enquadrada na categoria kei que no Japão é de certa forma análoga aos "populares" do Brasil, a concepção bastante tradicional e atualmente vista com mais frequência em utilitários de porte maior com elementos como o chassi separado da carroceria e o motor em posição longitudinal chama a atenção por uma robustez e aptidão a trafegas por terrenos severos com uma desenvoltura que atenderia bem até mesmo a usuários que décadas atrás eram fanáticos pelo Fusca. E mesmo considerando como a evolução da eletrônica embarcada pudesse dificultar eventuais adaptações de motores Volkswagen mais antigos que são relativamente comuns em gerações anteriores de utilitários Suzuki, tendo em vista que a integração de outro motor a sistemas como por exemplo os freios ABS ficaria comprometida, talvez ter um motor de concepção conservadora com injeção sequencial e aspiração natural seja mais conveniente que a obsessão por motores turbo (principalmente 1.0 para ficarem enquadrados no mesmo IPI menor que os carros "populares" são enquadrados) nos SUVs generalistas de fabricação nacional com tração dianteira e estrutura monobloco cuja capacidade de incursão off-road é claramente inferior.
O porte diminuto naturalmente restringe o espaço interno, tanto pela acomodação para apenas 4 pessoas quanto por uma falta de espaço para bagagens, tendo em vista que apesar dos parachoques mais bojudos e dos paralamas mais largos a carroceria do Suzuki Jimny Sierra é basicamente a mesma da versão kei à venda no Japão, embora uma carroceria mais longa com 4 portas e acomodação para 5 pessoas além de um porta-malas mais comparável ao de um hatch generalista tenha sido desenvolvida especificamente para atender à Índia e que a bem da verdade ainda poderia ser bem recebida em mercados de exportação já servidos pela Maruti Suzuki indiana em outros segmentos. Embora um veículo tão compacto possa ser útil para a maioria dos usuários generalistas, é inegável tratar-se de um modelo mais especializado e que acabaria atraindo mais a uma parcela muito específica do público rural caso fosse apresentado com um viés análogo ao dos carros "populares", em contraste com a atual abordagem em torno de veículos 4X4 alçando-os à condição de um mero artigo de luxo que agrada a usuários com um perfil mais urbano cuja aplicação para a capacidade de incursão off-road fica mais restrita a um uso recreativo e ocasional. Enfim, mesmo que o mercado brasileiro tenha uma dinâmica tão difícil de explicar que faça um modelo como o Suzuki Jimny Sierra ser passível de comparações tanto a caminhonetes tradicionais quanto ao Fusca de estimação mantido com zelo por um colono do interior considerando condições operacionais realmente severas, além de parecer interessante para uma parte do público generalista que poderia ser bem servida em ambiente urbano por um hatch compacto tradicional, pode ser um pau-pra-toda-obra à primeira vista bastante improvável.
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