É inevitável também uma imagem de "luxo" que elementos hoje mais difundidos, como a própria partida elétrica e o freio dianteiro a disco já usados desde o início na XR 200, ter influenciado a preferência de quem quisesse algo "diferenciado" em comparação à Honda CG 125, embora para quem priorizasse o uso em condições ambientais um tanto severas a configuração mais austera também tivesse a vantagem de simplificar a manutenção, e no caso da partida a pedal acabava sendo muito útil em algumas trilhas mais travadas onde uma sequência de quedas e a exigência de acionar uma partida elétrica repetidas vezes acabaria por descarregar a bateria. Para uso a médias de velocidade mais modestas tanto a lazer quanto a trabalho, o desempenho do motor original ainda estaria de acordo com o propósito do modelo, embora acabe ficando mais desafiador considerar um uso geral que inclua eventuais trajetos rodoviários, apesar do mesmo motor ser bem conhecido de uma parte do público motociclístico mais adepta a preparações que podem fazer até uma CG varetada de motoboy raiz dar trabalho para motos na faixa de 250cc em corridas ilegais nas vias públicas. No caso específico de uma moto trail, nas quais era mais comum entre os modelos das faixas de cilindrada acima de 125 apresentarem calibrações mais voltadas a melhorar o torque em baixas rotações, por um motor mais modesto proporcionar pouca margem para alterações considerando perfis de uso mais conservador, ficava mais difícil conciliar as necessidades de quem ainda se disponha a enfrentar uma grande rodovia e ao mesmo tempo prefira evitar virar bola de futebol de caminhão...
Ainda que tenha sido até relativamente fácil ver uma Honda XLR 125 principalmente nas capitais e respectivas regiões metropolitanas durante o ciclo de produção do modelo, que pelo maior curso de suspensão oferecia um maior conforto ao trafegar por trechos com uma pavimentação mal conservada atraía ao público que eventualmente fazia a migração do carro para a moto só visando economizar gasolina ou ter uma opção para o rodízio em São Paulo, é um tanto curioso como passou a ser mais rara mesmo compartilhando todos os componentes com outras motos da Honda que tiveram uma presença de mercado mais ampla. Lembrando que a Honda XLR 125 foi exportada até para a Europa Ocidental em doses homeopáticas, favorecida por normas da União Européia que permitem detentores da carteira de habilitação para automóveis pilotarem motos de até 125cc e 15cv, talvez o Brasil exigir em todas as faixas de cilindrada a habilitação específica para motos também pode ter sido parte do problema. Enfim, se o uso em condições ambientais mais severas que a princípio seria de se esperar para uma moto trail obviamente imponha um desgaste mais acentuado, e o mercado motociclístico já ter sido muito mais conservador na faixa de cilindrada em questão, a Honda XLR 125 realmente merecia um maior apreço.
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