Considerando especialmente as versões com cabine dupla na atual geração da Saveiro, e a configuração de duas portas que até deixou de ser oferecida para a linha de automóveis comercializada pela Volkswagen do Brasil, é impossível ignorar aquela antiga influência do Fusca que consolidou a imagem do carro com 4 portas no Brasil como indesejável aos olhos de um povo ainda pouco acostumado à idéia de "carro popular" que foi consolidada na época áurea do Fusca entre as décadas de '50 e '70. Ainda que a cabine dupla tendo só duas portas em uma caminhonete compacta, somando-se a uma capacidade volumétrica reduzida do compartimento de carga numa comparação à cabine simples, tenha perdido o apelo em meio à mesma moda de SUV que fez as concorrentes oferecerem cabine dupla com 4 portas, entre o público profissional tal característica às vezes está longe de ser um impedimento, tal qual havia quem usasse o Fusca até como táxi antes de ser instituída a obrigatoriedade dos táxis terem 4 portas em todos os grandes centros urbanos brasileiros, a depender do volume de carga transportado fica mais desejável a conveniência de poder levar mais 2 ou 3 passageiros quando haja necessidade. Ou até mesmo poder utilizar o espaço adicional na cabine para acomodar materiais mais susceptíveis a danos no caso de irem no compartimento de carga externo, situação mais comum do que pode parecer em serviços de manutenção e instalação de infraestruturas como telefonia ou geração e transmissão de energia.
No tocante à motorização, embora a própria Volkswagen já viesse cogitando descontinuar os motores de aspiração natural nos últimos 20 anos, e a Saveiro seja o único modelo da marca a nível mundial na atualidade sendo oferecido sem nenhuma opção por motores turbo, chama a atenção que o motor 1.6 MSI possa ser subestimado por quem se encante pela presença massiva do turbo e da injeção direta em qualquer motor acima de 1.0L na linha atual de automóveis da Volkswagen no Brasil. Mesmo que a refrigeração líquida seja massificada tanto em motores de aspiração natural quanto turbo, também cabe apontar uma semelhança com a marginalização que o motor boxer refrigerado a ar passou a ter na linha Volkswagen já a partir da década de '70 até ficar restrito ao último Fusca/Vocho mexicano de 2003 e só deixar de ser usado na Kombi brasileira em meados de 2005 para o ano-modelo 2006, e hoje o motor 1.6 MSI só equipa além da Saveiro algumas versões de utilitários leves produzidos na Polônia para exportação a regiões fora da União Européia e alguns sedãs e SUVs compactos fabricados na Índia e na China também com ênfase em mercados externos enquanto nos respectivos locais de fabricação os motores TSI de 1.0L a 1.5L sejam mais favorecidos. Enfim, além da preferência do público generalista brasileiro ter sofrido algumas mudanças, também há fatores de ordem mais técnica que subjetiva fazendo da Saveiro o mais próximo hoje do que o Fusca um dia representou.
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