Desde a década de 60, e principalmente durante as décadas de 70 e 80 em função de um mercado interno fechado aos importados, o Brasil teve algumas opções de esportivos artesanais com carroceria de fibra de vidro baseados na tradicional mecânica Volkswagen. Durante a década de 90 com a reabertura das importações, o interesse de quem estava em busca de um esportivo se voltou aos modelos estrangeiros. Entre o final da década de 90 e começo dos anos 2000, surgiu o Lobini H1, combinando a concepção de carroceria de fibra de vidro a uma mecânica Volkswagen, mas ao invés do austero boxer refrigerado a ar usado no Fusca e na Kombi (que ainda permanecia em produção localmente na época) e do chassi-plataforma, no Lobini se usava o conjunto motor e câmbio do Golf GTI montado atrás num chassi tubular próprio.
No entanto, a percepção de alguma inferioridade técnica nos carros nacionais, que se evidenciou na reabertura do mercado, ainda prejudica o desenvolvimento de fabricantes de capital nacional, e no caso do Lobini fica ainda mais difícil competir com modelos de proposta semelhante de origem estrangeira, como o Audi TT Roadster, sobretudo em função do preço, mas tomado por referência em função de algumas similaridades no conjunto motopropulsor que, apesar da carroceria metálica usada no modelo alemão, proporcionam desempenho bastante equiparável. Comparar a escala artesanal da produção do modelo nacional com a escala industrial e ampla participação da Audi nos principais mercados mundiais, que já auxilia até a amortizar os custos de desenvolvimento e homologação diante de normas de segurança e emissões mais restritivas, já dá aos importados uma maior aceitação.
No caso do Audi TT, a imagem de prestígio da marca pesa muito, enquanto o Lobini sofre com o estigma de baixa qualidade perpetuado na mente do consumidor brasileiro quando se lembra da precariedade nas técnicas de laminação da fibra de vidro em veículos artesanais mais antigos, dificultando a manutenção de padrões rígidos de qualidade compatíveis com o que já se adotava no exterior.
Ainda assim, guardadas as devidas proporções no tocante à disposição do conjunto motopropulsor, e do Audi TT contar com tração dianteira (ou integral como opcional) enquanto o Lobini H1 valoriza a tração traseira, seria de certa forma injusto reputar ao H1 alguma inferioridade técnica muito significativa, apesar da menor disponibilidade de equipamentos de conforto dos quais dificilmente o público-alvo de modelos dessa categoria no Brasil estaria disposto a abrir mão, principalmente levando em consideração que por aqui acabam sendo considerados modelos de luxo em função do alto custo...
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