sábado, 29 de novembro de 2014

Gracias Chespirito

Ontem à tarde, faleceu aos 85 anos o comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños, também conhecido por "Chespirito" ("pequeno Shakespeare" numa referência tanto à baixa estatura quanto à genialidade comparável ao dramaturgo inglês William Shakespeare), criador de personagens de grande carisma como El Chavo del Ocho (ou "Chaves" como é mais conhecido no Brasil) e El Chapulín Colorado ("Polegar Vermelho" ou simplesmente "Chapolin"). O humor inteligente, sem obscenidades ou o cunho sexualmente sugestivo que hoje predominam em produções televisivas popularescas, acabava por criar um forte vínculo com o público brasileiro, que se identificava tanto nos aspectos de crítica social inseridos nos episódios do "Chaves" quanto nos valores da amizade, da família, e da esperança por dias melhores que também era refletida na obra do grande Chespirito.

sábado, 22 de novembro de 2014

Momento nostalgia: Toyota Corolla Wagon E111

Até certo ponto subestimada pelo mercado, a Toyota Corolla Wagon da geração E110 (E111 para as versões com tração apenas dianteira, ou E115 quando dotada de tração nas 4 rodas oferecida no mercado japonês) é até hoje um dos modelos cujo design mais me atrai dentre todos os Corolla comercializados regularmente no mercado brasileiro. Lançada em '95 no Japão, chegou ao Brasil em '96 e foi oferecida até '98 quando decidiu-se por concentrar as vendas do Corolla no sedan que então ganhava fabricação local e uma frente mais discreta, sem a aparência tão expressiva proporcionada pelos faróis redondos e a grade "colméia". As lanternas traseiras elevadas, tidas como uma expressão de modernidade à época do lançamento, também chamam a atenção até hoje.
Nos mercados japonês, australiano e europeu, além de alguns países africanos, centro-americanos e médio-orientais que seguiam uma mistura das especificações australianas e européias, o modelo foi oferecido até 2002, mas com faróis duplos e menores, além de uma grade mais fina semelhante à do sedan E110 produzido em Indaiatuba.
Enquanto o resto do mundo tinha mais opções, ao consumidor brasileiro era oferecida apenas na versão XLi com o motor 4A-FE de 1.6L a gasolina com câmbio manual de 5 marchas ou automático de 4. Na Europa e no Paraguai o mais comum é serem equipadas com o motor 2C de 2.0L a diesel e câmbio manual de 5 marchas.

domingo, 16 de novembro de 2014

Shuanghuan Noble

Que os fabricantes chineses são constantemente acusados de plágio já não é novidade, mas às vezes até que as cópias podem ter uma ou outra vantagem sobre o original. Um caso que merece ser observado é o Shuanghuan Noble, "inspirado" visualmente no smart ForTwo mas com algumas diferenças muito significativas no tocante à capacidade de passageiros e disposição do powertrain. No caso do exemplar das fotos, avistei ontem à tarde no bairro Farroupilha, perto do Colégio Militar de Porto Alegre. Apesar do comprimento de 3,01 metros ser apenas 31 centímetros superior aos 2,70 metros do smart, e 4 centímetros mais curto que o Austin/Morris Mini original inglês, já permite disponibilizar acomodação para mais 3 passageiros além do motorista, contra apenas um no smart.
Enquanto o smart atualmente usa motor de 3 cilindros e 1.0L com turbo montado na traseira, o Noble usa um aspirado de 4 cilindros e 1.1L montado na dianteira, ambos em posição transversal, com refrigeração líquida e movidos a gasolina. A velocidade máxima no smart é limitada eletronicamente a 140km/h, e o Noble alcança 135km/h sem tal recurso, o que denota um escalonamento pouco adequado das relações do diferencial e do câmbio manual de 5 marchas. O smart recorre à tração traseira, ao passo que o Noble usa a tração dianteira que tem predominado nos veículos compactos e subcompactos. Pode-se até entender no caso do Noble o recurso à motorização dianteira, visando acomodar mais 2 passageiros na diminuta cabine sem que tivessem de disputar espaço com o motor e a transmissão, embora a tração traseira não seja tão inadequada a um microcarro urbano por não provocar interferência de semi-eixos no ângulo de esterçamento da direção, favorecendo o diâmetro de giro.

domingo, 9 de novembro de 2014

Yamaha RX 80

Produzida entre '79 e '83, a Yamaha RX 80 usava um motor 2-tempos monocilíndrico de 73cc refrigerado a ar como a antecessora RD 75, mas a parte de baixo do motor (virabrequim, cárter e conjunto de câmbio) era compartilhada com a RX 125, sendo possível transformar a RX 80 em 125 apenas trocando pistão, anéis, cilindro e cabeçote embora tal procedimento não seja muito recomendável em função do dimensionamento mais modesto dos freios. Gerava potência de 8cv e torque de 0,87kgfm. Pesava apenas 82kg, alcançava velocidade máxima na faixa de 94km/h e com consumo médio entre 29 e 44km/l. O sistema elétrico é de 6 volts, e a ignição usava platinado. O exemplar das fotos estava em exposição numa loja de peças e acessórios para motocicletas em Porto Alegre.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Kombi Série Prata

No final de 2005 foram produzidas as últimas versões da Kombi usando o tradicional motor boxer refrigerado a ar, em versões a gasolina e etanol. Teoricamente seria fácil converter esse motor para bicombustível ("flex") a gasolina e etanol mediante um remapeamento da injeção eletrônica, mas como o modelo já vinha tendo a produção limitada a 1200 unidades por mês para poder se enquadrar numa brecha dos limites de emissões o investimento para modernizar o velho boxer e forrar o compartimento do motor com material fonoabsorvente parecia menos atrativo que adotar um motor de refrigeração líquida (naturalmente mais silencioso) usado entre 2006 e 2013, mesmo com a complexidade trazida pela necessidade de um radiador, bomba d'água e respectivas tubulações. E para marcar o fim da oferta do motor boxer em modelos de produção seriada a Volkswagen do Brasil apresentou a Kombi Série Prata, substituindo os vidros brancos por vidros verdes como os da antiga Kombi Carat (sendo a janela traseira esquerda deslizante ao invés de fixa) e com uma pintura prateada ao invés do branco que havia se consolidado como única opção de cor para a Kombi desde o início dos anos 2000.
Ironicamente, enquanto o motor dispensava água para refrigeração, o exemplar das fotos recebeu um climatizador evaporativo visando proporcionar um maior conforto térmico aos passageiros no calor seco do verão portoalegrense...