segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Breve reflexão sobre o pagamento de pensão para vítimas de acidentes de trânsito

Em reportagem veiculada ontem pela Rede Globo, no Fantástico, foi apresentada a possibilidade de vítimas de acidentes de trânsito seguradas pelo INSS que tenham ficado com seqüelas, ou os familiares em caso de morte da vítima, receberem pensão vitalícia bancada pelo responsável pelo acidente. Se por um lado existe a questão de responsabilidade civil, por outro há de se refletir sobre os principais interesses governamentais por trás de tal medida. Vale lembrar que, além dos recursos da Previdência Social, existe ainda o Seguro DPVAT que é destinado às vítimas de acidentes com danos pessoais causados por veículos automotores.

A principal razão apontada como favorável à transferência do custeio das pensões por invalidez ou morte seria uma diminuição do déficit da Previdência Social, mas há profundas incoerências na própria estrutura previdenciária brasileira: enquanto presidiários recebem auxílio-reclusão de R$900,00 por cada filho que tiverem fora do cárcere, o trabalhador se vê lesado pelo chamado "fator previdenciário", que reduz o valor das aposentadorias por tempo de serviço em função da idade. Logo, um sistema previdenciário que premia criminosos, enquanto o cidadão é espoliado, não pode ser levado a sério. Nada impede que um ladrão ou um assassino recebam acima do Teto Previdenciário enquanto um idoso que tenha trabalhado honestamente por toda a vida dependa de assistencialismo para não cair infartado por falta de medicamentos de uso contínuo...

A reportagem veiculada pela Globo mostrou alguns casos de vítimas e familiares, entre eles um jovem que recebe pensão de R$678,00 e uma viúva que recebe R$820,00 para custear ela e o filho do falecido marido, além de um motorista condenado a indenizar o INSS em mais de R$500.000,00 por pensões já pagas pelo órgão público. Não custa lembrar que um presidiário que estivesse regularmente inscrito na Previdência Social no momento da condenação tem garantido o benefício no valor de R$900,00 por cada filho menor de 18 anos que tenha, incluindo alguns que eventualmente nasçam durante o período de reclusão. Esse é mais um retrato das incoerências que vem atendendo mais a interesses eleitoreiros do que a uma garantia de serviços públicos eficientes que seria devida ao cidadão brasileiro, extorquido com uma das cargas tributárias mais obscenas do planeta.

Mesmo que o Judiciário já venha reconhecendo em alguns casos o direito à pensão a ser paga por quem tenha provocado o acidente, não se deve usar tal medida para que a Previdência Social seja liberada e não dê a devida assistência ao contribuinte. Como se não bastasse o cidadão brasileiro pagar imposto sueco por serviço africano, as perspectivas ficam cada vez mais sombrias quando usam-se o sensacionalismo e argumentos emocionais para tentar justificar que mais uma vez o povo seja feito de palhaço em meio a um mar de corrupção que afunda o país.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Clássico brasileiro: Gurgel Tocantins

Numa época em que soft-roaders contam com uma grande parcela do mercado, é conveniente lembrar de alguns modelos que anteciparam de certa forma esse conceito, como o Gurgel Tocantins, fabricado entre 1988 e 1995, sendo último modelo baseado na gloriosa série Xavante (X10/X12) lançada em 1973.
Na verdade, seria até certo ponto injusto classificar o Gurgel como um mero soft-roader, considerando que o layout mecânico era mais apto a enfrentar condições severas de terreno. A clássica combinação de motor Volkswagen boxer refrigerado a ar montado atrás e tração traseira mantinham uma boa concentração de peso ao redor do eixo motriz, e um sistema com duas alavancas auxiliares para acionar de forma independente o freio de cada roda traseira (conhecido como Selectraction) servia para compensar a ausência de um bloqueio de diferencial na hora de transpor atoleiros. O chassi, feito com tubos de aço de seção quadrada, era revestido pelos painéis da carroceria, moldados em plástico reforçado com fibra de vidro, formando uma espécie de monobloco, num método denominado "plasteel".
Apesar de ser um projeto já antigo, e influenciado pelas limitações tecnológicas do Brasil durante a época de restrição às importações, o Gurgel Tocantins deve ser observado com algum respeito tanto pelo valor histórico quanto pela capacidade de incursão off-road, superior a muitos crossovers compactos modernos.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Breves considerações sobre a futura obrigatoriedade de airbag duplo e freios ABS no mercado brasileiro

Não é de hoje que o atraso tecnológico do parque industrial automotivo brasileiro é evidente, e num dos aspectos onde esse problema está mais escancarado é no tocante à segurança veicular. Além de equívocos na elaboração de políticas econômicas que levaram os principais fabricantes instalados localmente a manterem o nível de evolução quase nulo entre a década de '70 e a reabertura das importações durante o governo Collor, no entanto, a "cultura" brasileira do desleixo tem peso decisivo nesse cenário, com aspirantes-a-playboy preferindo gastar R$5.000,00 num conjunto de rodas "esportivas" e um sistema de som quase carnavalesco ao invés de investir R$3.000,00 (ou menos) num sistema de freios com ABS.

Desde '98 com a promulgação do atual Código Brasileiro de Trânsito, a obrigatoriedade do airbag duplo frontal esteve em análise em função da redução de lesões graves e mortalidade em acidentes automobilísticos, embora se negligenciasse o ABS e a grande utilidade que esse sistema tem num âmbito de prevenção. A meu ver, os freios com ABS são até mais imprescindíveis, com a vantagem de uma maior adaptabilidade a plataformas de concepção antiga em comparação ao airbag, que se revela inútil num veículo sem um correto dimensionamento das zonas de deformação programada, inexistentes ou demasiadamente limitadas em modelos de concepção mais antiga.

Até mesmo na Kombi, que vem sendo tema de grande controvérsia devido a uma autorização governamental para prorrogar a produção sem os dispositivos de segurança até 2016, atendendo a interesses de sindicalistas. Alegações incoerentes acerca de demissões de operários em fábricas de automóveis foram usados para "justificar" a medida, ignorando que a maior demanda pelos equipamentos de segurança levaria sistemistas a abrirem postos de trabalho, além de uma renovação na oferta dos principais fabricantes para seguir atendendo a um mercado consumidor também afastar o temor das demissões. No âmbito político, chega a dar a impressão de que não há um interesse verdadeiro em reduzir os gastos da saúde pública e da Previdência Social com os mortos e feridos/mutilados, visto que um orçamento mais gordo acaba deixando bordas maiores para os corruptos de plantão se atracarem...

Ainda que exista um público pouco seletivo disposto a comprar qualquer lata de sardinha com motor de cortador de grama, desde que "as parcelas caibam no bolsa-farinha salário", os fabricantes tradicionais estão numa condição em que novos investimentos são essenciais para garantir a competitividade diante dos chineses que estão vindo com políticas de preço ousadas, dos coreanos que já estão fincando raízes, e até dos japoneses que estão perdendo o medo de "popularizar" com modelos como o Nissan March e o Toyota Etios, e a promoção da segurança veicular seria um ótimo pretexto para modernizar a oferta e eventualmente até melhorar a competitividade dos automóveis de fabricação brasileira em mercados de exportação mais exigentes que o combalido Mercosul...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Kia K2700 tunada no Parcão

Avistei hoje, em frente ao Parcão (Parque Moinhos de Vento), essa caminhonete Kia K2700 que recebeu modificações visuais aparentemente inspiradas nos caminhões da Formula Truck e é utilizada para fazer propaganda de uma loja de materiais de construção.
Para acomodar as rodas aro 20, se fizeram necessárias algumas alterações na carroceria, que passou a ter painéis laterais fixos (os originais são do tipo dropside), e o assoalho deixou de ser 100% plano devido às aberturas para as caixas de roda traseiras. No entanto, foi preservada a funcionalidade do veículo. As laterais abaixo da carroceria foram cobertas com saias. O escapamento direto deixa o ronco mais encorpado, e até levanta dúvidas se o motor J2 a diesel de injeção indireta permanece original...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Triciclos no Largo da Epatur

Triciclo artesanal que estava à venda ontem durante a exposição de veículos antigos que acontece no primeiro domingo do mês no Largo da Epatur. Ao contrário de alguns que eram feitos sobre chassis picotados modificados de carros da Volkswagen com motor traseiro boxer refrigerado a ar (Fusca, Brasília, Variant, TL), esse foi feito com um chassi específico, com melhor centralização do peso, reduzindo o risco de empinar durante arrancadas mais vigorosas. O motor, no entanto, ainda é o tradicional boxer...

Esse outro triciclo, visivelmente mais encorpado e com mais espaço para as pernas na área destinada ao passageiro, também estava com motor Volkswagen boxer, e tinha compartimentos que facilitavam a arrumação de bagagens, uma boa opção para viagens mais longas.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Yamaha RD 350 de 1ª geração - a lendária "viúva negra"

A Yamaha RD 350 sempre foi uma máquina bruta e desafiadora, com um motor pequeno mas furioso e uma ciclística semelhante à série TZ de competição, exigindo extrema perícia do aspirante a piloto. Alguns tantos se deram mal, o que originou o macabro apelido "viúva negra" numa referência à aranha que comia o macho vivo após a cópula...
O motor 2-tempos parallel-twin refrigerado a ar, de aproximados 350cc, entregava 41hp (na roda), o que para a década de 70 era um valor considerável, e contava com válvulas de palheta na admissão.
A primeira geração foi produzida entre 1973 e 1976, quando foi substituída por uma versão de aproximados 400cc para incrementar o torque desde regimes de rotação mais baixos. Normalmente o câmbio tinha 6 marchas, embora em alguns mercados o modelo de '73 tivesse um câmbio de 5 marchas.

O exemplar das fotos é do ano 1974, e foi fotografado hoje de manhã no encontro de veículos antigos do Largo da Epatur, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.

Sobre a morte do Paul Walker

Já não é mais novidade o trágico falecimento do ator americano Paul Walker, mais conhecido entre o público brasileiro a partir de 2001 pela participação em quase todos os filmes da série Velozes e Furiosos, com exceção do 3º filme, em que um certo Lucas Black interpretou o personagem protagonista. Ontem, pelo meio da tarde, um Porsche Carrera GT no qual Paul Walker ia como passageiro ao voltar de um evento beneficente, colidiu contra um poste em Santa Clarita, perto de Los Angeles, e incendiou, matando o ator e o condutor do veículo na hora.

Os 3 primeiros filmes da série enalteciam algumas modificações automotivas extravagantes que, depois de terem o nível técnico sacrificado em nome de uma estética carnavalesca e serem banalizadas por oficinas boca-de-porco, passaram a ser conhecidas como "xuning" e consideradas de gosto duvidoso, mas seria injusto não reconhecer o carisma transmitido por Paul Walker que, interpretando o policial Brian O'Conner, meio que acabava representando todo aquele fascínio que a molecada tem por carros fuçados (mais a nível mecânico que estético) e pelo submundo das corridas clandestinas de rua, embora já fosse um "tiozão" de 40 anos completados em setembro.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Momento nostalgia: Mitsubishi Expo LRV

Um daqueles carros difíceis de definir numa categoria específica, deixando alguns em dúvida se o mais adequado seria classificar como um hatch ou uma minivan, o Mitsubishi Expo LRV foi produzido entre '91 e '99 em Nagoya, e comercializado também como Mitsubishi RVR (Ásia e Oceania), Mitsubishi Space Runner (Europa), Dodge Colt Wagon/Eagle Summit Wagon/Plymouth Colt Vista Wagon (em parceria com a Chrysler no mercado americano). A cabine alta e, principalmente, a porta lateral deslizante são argumentos para quem prefira enquadrar o modelo como uma minivan. Apesar do tamanho próximo ao do Mitsubishi Lancer, a plataforma derivava do Mitsubishi Galant, e era basicamente uma versão encurtada da Mitsubishi Chariot (comercializada no mercado brasileiro como Mitsubishi Space Wagon até 2004, quando foi substituída pela Mitsubishi Grandis). Foi oferecida com motores 4G93 de 1.8L, 4G63 de 2.0L (incluindo algumas versões com turbo, usando o mesmo conjunto do Galant VR-4 e do Lancer Evolution), 4G64 de 2.4L (apenas em versões destinadas ao mercado americano) e o 4D68 Diesel de 2.0L, com opção de câmbio manual de 5 marchas ou automático de 4 marchas, além de opção por tração 4X4 com todos os motores exceto o 4G93. As versões destinadas ao mercado brasileiro acabaram contando apenas com o motor 4G63 e tração somente dianteira

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Hyundai H-100 Porter com climatizador evaporativo

A uns dias atrás eu e um amigo estávamos conversando sobre a instalação de um climatizador evaporativo num Hyundai HR, similar ao Hyundai H-100 Porter que aparece na foto acima. O modelo aparece equipado com um climatizador Maxiclima de reservatório externo (o "barril" de plástico preto montado logo abaixo do baú) e módulo evaporativo de perfil baixo. O modelo da foto conta com o motor D4BB de 2.6L, injeção indireta e aspiração natural, com modestos 79cv de potência e 17kgfm de torque, que certamente sofreriam um pouco mais se também tivessem que dar conta da carga demandada pelo compressor de um ar-condicionado convencional, embora tal equipamento seja atualmente oferecido nas versões do H-100 destinadas aos mercados filipino e sul-africano, onde ainda se usa o motor D4BB, embora no Brasil o grupo CAOA venha negligenciando uma parcela significativa do público consumidor de utilitários que tem demandado mais conforto nesse tipo de veículo, e acaba tendo que recorrer à adaptação de climatizadores evaporativos mesmo com o risco da anulação da garantia.

domingo, 10 de novembro de 2013

Fusca transformado em pick-up

Fusca com um kit de fibra para transformação em pick-up, acessório que foi disponibilizado durante a década de 80. Ao contrário de outros exemplares que eu já vi anteriormente, esse preservava a frente original ao invés daquelas usadas em baja-bugs.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Momento nostalgia: Gol Furgão

Anteontem estávamos eu e o Thiago, parceiro da equipe DieselNutz, relembrando o antigo Gol Furgão numa conversa sobre pequenos utilitários para entregas urbanas, e ontem vi esse no meu bairro. Produzido regularmente entre 1982 e 1994 com a carroceria quadrada, e até 1998 chegaram a sair alguns exemplares com a carroceria "bolinha" produzidos sob encomenda. É mais fácil encontrar entre os remanescentes os "quadrados", geralmente com motor Volkswagen EA-827 (o famoso "AP") ou Ford CHT, ambos 1.6L com opção por versões a gasolina ou álcool, embora tenham saído de fábrica pouquíssimos com motor CHT 1.0L. Foi muito popular nas frotas das companhias telefônicas e eletricitárias, além de ter sido usado pela assistência técnica da Brastemp e representantes comerciais da Coca-Cola. A capacidade de carga é de 420kg, num compartimento com volume total de 1200 litros.
Normalmente os espaços das janelas do compartimento traseiro são preenchidos por painéis em chapa de aço, mas alguns raros exemplares chegaram a ter a tampa traseira envidraçada.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Momento nostalgia: Fiat Siena 6 marchas

Primeiro carro "popular" a ser oferecido com câmbio de 6 marchas no mercado brasileiro, o Fiat Siena 6 Marchas foi introduzido em 1998, quando ainda era feito em Córdoba (Argentina), com as relações de marcha mais adequadas ao esforço adicional sobre o modesto motor 1.0L em comparação com o de 5 marchas usado em outras versões do Siena com motores 1.5L e 1.6L lançadas no ano anterior.
Contava com diferencial e 1ª marcha mais curtos para favorecer a agilidade nas arrancadas, e foi tomado como referência o câmbio do Fiat Punto europeu contemporâneo devido às faixas de potência e torque próximas (61cv e 8,1kgfm para o motor Fiasa 1.0L do Siena e 55cv e 8,6kgfm para o FIRE 1.1L do Punto). No ano seguinte, o mesmo conjunto seria usado na Fiat Palio Weekend 6 Marchas.
Permaneceu em produção até finais do ano 2000, quando após passar pela 1ª reestilização o Siena passou a ser oferecido com um motor FIRE 1.0L de 16 válvulas e o câmbio de 6 marchas deixou de ser oferecido. Ironicamente, no final de 2001 vinha a opção pelo FIRE de 8 válvulas de 55cv e 8,5kgfm, mas o câmbio de 6 marchas havia sido relegado ao passado.

Embora fosse a versão mais modesta do Siena, estava disponível com diversos pacotes de equipamento que não deixavam a desejar em comparação com as versões de motor mais avantajado, e serviu como base até para a versão 500, identificada pelo logotipo com 5 estrelas nos paralamas dianteiros, comemorativa aos 500 anos do descobrimento do Brasil.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Harley-Davidson Sportster 1200 bobber

A alguns dias atrás vi essa Harley-Davidson Sportster 1200 customizada ao estilo "bobber" no Bonfa.
Ao contrário das "choppers", que usam garfos muito longos, o ângulo de cáster é menor nas bobbers que normalmente usam o garfo original, favorecendo a manobrabilidade.

O proprietário da máquina relatou que prefere uma configuração mais old-school possível, tanto que o câmbio passou a ser controlado por uma alavanca manual, com a embreagem acionada no pé. Freio apenas na roda traseira, mas numa concessão à modernidade foi mantido o disco.
Alavanca de câmbio e pedal de embreagem
A pintura especial é um show à parte, contando até com a caveira que aparece no símbolo do estúdio Gentleman Tattoo (que fica localizado na Rua João Telles, perto da Hebraica).

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Triciclo utilitário artesanal em Canoas-RS

A uns 4 dias atrás, o meu pai flagrou esse triciclo de fabricação artesanal em Canoas, uma das maiores cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Montado com um chassi de Mobylette extensamente modificado, usando motor, balança traseira, freio traseiro, roda traseira, lanternas, indicadores de direção e amortecedores de Honda CG 125, caixa de direção (de setor e rosca sem-fim) de Fusca, com uma caixa de carga dianteira. A configuração de duas rodas à frente e apenas uma atrás, conhecida como "tadpole-trike" ou "reverse-trike", não é tão comum no Brasil, mas é bastante aclamada por favorecer o equilíbrio de peso e a estabilidade direcional. Considerando a agilidade para manobras e o reduzido espaço ocupado pelo veículo sobre o leito carroçável da via, oferece uma boa racionalização da extensão da plataforma de carga, característica muito apreciável numa região com intensos volumes de tráfego urbano.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pick-up DKW

Apesar de terem sido produzidas regularmente na Argentina, versões pick-up do DKW F-94 não são tão fáceis de encontrar no Brasil. Por aqui, o modelo produzido de 1958 a 1967 (até 1966 com faróis simples e grade oval) foi disponibilizado apenas nas versões sedan de 4 portas (DKW-Vemag Belcar) e wagon de duas portas (Vemaguet). O mais provável é que o exemplar tenha sido feito artesanalmente a partir de uma Vemaguet modificada...

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Considerações sobre a condução de tratores e maquinário pesado em vias públicas

A utilidade dos tratores tanto para incrementar a produtividade agrícola quanto para a movimentação de cargas pesadas é incontestável, mas ainda que tais veículos sejam normalmente mais usados apenas em locais fechados ao tráfego de veículos, como fazendas e pátios de manobra, nada impede que possam também transitar pelas vias públicas em deslocamentos entre lavouras, canteiros de obra e/ou garagens.

Podem ser equipados com sistemas de tomada-de-força hidráulica bastante complexos, para o acionamento de uma grande variedade de implementos, que acabam levando a um acréscimo significativo ao peso bruto total (PBT) do veículo, podendo superar facilmente a faixa de 3.500kg, tornando necessária a habilitação nas categorias dedicadas à operação de veículos profissionais (C, D ou E).

O tamanho de algumas máquinas, como as motoniveladoras (também conhecidas no Rio Grande do Sul como "patrola"), já inspira cuidados na condução devido às limitações que traz ao campo de visão do condutor, o que serve para justificar a exigência de habilitação especial.

A capacidade de tracionar reboques com PBT superior a duas toneladas também deve ser levada em consideração, mesmo no caso de um trator de pequeno porte com motor monocilíndrico como o clássico Agrale 4100. No entanto, produtores rurais vem pleiteando ainda sem sucesso por uma flexibilização dessa regra, visando que seja possível conduzir tratores com a CNH categoria B, sobretudo pelo menor custo e burocracia para a obtenção da mesma.

Para que o trânsito em vias públicas seja permitido, é obrigatória a presença dos mesmos itens de segurança exigidos para qualquer veículo automotor, desde sistema de iluminação, velocímetro, retrovisores, parabrisa com limpador, cinto de segurança, para-lamas, entre outros, e as placas de licença devem estar afixadas em locais visíveis.

Por erro do DETRAN, não é incomum se deparar com tratores emplacados mesmo sem ter as condições de segurança exigíveis, ou com a placa dianteira obstruída por algum implemento como uma pá-carregadeira.

É conveniente salientar, porém, que as relações de marcha e regimes de rotação do motor em tratores normalmente são otimizados para uma maior capacidade de tração em detrimento da velocidade máxima, o que pode comprometer a segurança ao trafegar abaixo do limite mínimo (50% da velocidade máxima) de algumas vias abertas a veículos.
Deve, portanto, prevalecer o bom-senso e respeitar as limitações da máquina, não apenas a questão da velocidade. Deve-se reconhecer os riscos adicionais que alguns implementos podem trazer, como "dentes" numa pá-carregadeira, além de alguns tratores terem freios subdimensionados e atuantes apenas no eixo traseiro, e não terem suspensão para filtrar as irregularidades do pavimento.