sexta-feira, 15 de maio de 2009

A grande peleia indiana: Tata Nano X tuk-tuks

É um desafio para a indústria automobilística produzir um carro barato que ao mesmo tempo respeite normas de segurança e emissão de poluentes cada vez mais rígidas. Portanto, é louvável a atitude de empreendedores como o indiano Ratan Tata, no intuito de promover o desenvolvimento de seu país e ampliar horizontes para seus compatriotas menos favorecidos.


Num país que é praticamente carregado em cima de pequenas motocicletas, triciclos e cópias pouco aprimoradas de jipes da II Guerra e de antigos automóveis ingleses, a Tata Motors oferece veículos adequados à realidade nacional, e ao mesmo tempo em sintonia com o que é oferecido nos mercados europeus, nos quais participa no segmento de picapes mid-size. Chegou até a exportar o hatch Indica para a Inglaterra em parceria com a Rover. Mas como há uma grande parcela de indianos que desejam um automóvel e eventualmente não podem pagar mais que o preço de uma motocicleta ou triciclo, nem se dispõem a recorrer ao mercado de veículos usados, o mercado para o Nano promete. Mas o modelo da Tata e seu principal concorrente (considerando tamanho e capacidade de carga), os triciclos “auto-riquixás”, ou "tuk-tuks", segmento dominado pela empresa indiana Bajaj, têm seus prós e contras.
Em contraponto ao recente Nano, os triciclos já são conhecidos e dotados de grande popularidade, por serem baratos, econômicos, robustos, e de fácil manutenção. O modelo líder de mercado, versão licenciada da 2ª geração do Piaggio Ape italiano produzida pela Bajaj, desenvolvido no pós-guerra para ajudar na reconstrução do país europeu, embora não tenha mudado a aparência, recebeu aprimoramentos no motor 2T de 150cc a gasolina, como ignição eletrônica e até injeção direta numa versão, bem como opções de alguns motores mais modernos, entre eles um Diesel Kubota japonês e um 4T de 180cc a gasolina, GNV ou GLP. Mas ainda assim são um tanto obsoletos, com carburador nos modelos 4T a gasolina e gás e bomba rotativa no modelo Diesel. O Nano, embora fique “devendo” opções a diesel (está em estudo um motor turbodiesel totalmente novo, projetado em parceria com a FIAT, embora haja uma opção “da casa” em uso na picape Ace) e a gás, aparece com um moderno motor a gasolina, Euro IV, injetado, 2 cilindros em linha, de 623cc, 33cv e 5 kgf/m, feito em alumínio como nossos conhecidos VW Sedan e Gurgel BR-800, montado na traseira como no modelo alemão e no italiano FIAT 500. Assim como a maioria dos auto-riquixás, o Nano tem câmbio manual de 4 marchas, praticamente abolido pela indústria automobilística, restando apenas em modelos como a Kombi. Uma 5ª marcha melhoraria o consumo de combustível ao permitir a manutenção de rotações mais baixas, reduzindo o custo operacional. O consumo de combustível aproxima-se da média de 20 km/l, enquanto os auto-riquixás têm médias de consumo em torno de 25 a 30 km/l, podendo chegar a 35 km/l nas versões a diesel.

Com monobloco de aço e plástico com 4 portas acomodando motorista e 4 passageiros, o pequeno Tata tem vantagens. Seus concorrentes de 3 rodas levam condutor e 3 passageiros, embora nem sempre se respeite esse limite. Embora existam modelos específicos para transporte de passageiros, com carroceria de aço e capota de lona, fibra de vidro ou metal, alguns proprietários optam por adaptar carrocerias de materiais alternativos como madeira e lona sobre a plataforma de modelos de carga, na maioria das vezes sem portas nem cintos de segurança, que o Nano oferece para motorista e passageiro da frente. Não seria tão difícil incorporar esses itens, exigidos em "tuk-tuks" exportados para o Uruguai. Uma alternativa que poderia facilitar a introdução de mais equipamentos de segurança no Nano sem interferir tanto no custo seria a pintura oferecida em uma cor única, como aconteceu com o Ford Modelo T a partir de 1913. Para economizar no processo de pintura e secagem, as partes plásticas poderiam ter a pigmentação já impregnada na resina. Mas ao invés do preto usado no Ford, uma cor mais clara como cinza ou branco seria mais adequada para não esquentar tanto debaixo do sol.

Outro fator que facilita manter o triciclo é o número de rodas, que diminui as despesas com pneus em pelo menos 20% (considerando que haja ao menos um pneu sobressalente), a necessidade de menos material de atrito para os freios, e a configuração do sistema de direção absolutamente simples, que necessita mover apenas uma roda. Alguns engenheiros mecânicos ainda dizem que um triciclo é menos propenso a torção de chassi, o que é uma grande vantagem nas estradas indianas, que conseguem ser piores que as brasileiras. Portanto, a missão do Nano não vai ser exatamente fácil.

18 comentários:

Anônimo disse...

É mesmo um lixo esse Nano, alguns tem se incendiado do nada por causa da fabricação vagabunda. Esse negócio de carro popular é para enganar trouxas, se não tem condições de comprar um carro novo decente é melhor comprar um usado.

Anônimo disse...

bão mesmo é o fuscão só falta as 4 porta i motor a disel num é ma ideia

Raul disse...

Agora andam dizendo que o Eike Batista quer fabricar essa tranqueira no Brasil. Quero ver como ele vai fazer depois que essas jabiracas começarem a dar problema, isso se ele realmente se meter a querer virar dono de fábrica de carro pq se depender desse monte de lixo desse Nano ele vai se incomodar mais que o Gurgel.

Adilson disse...

bem mais o meu monzão ret que falta duas portas atrás mas não se desmancha com qualquer coisinha e não leva farol alto na estrada

Felippe disse...

essas motinhos até parecem úteis e divertidas mas são só umas vespinhas bombadas e nunca vão deixar de ser isso, não adianta tentar colocar elas como se fossem carro de verdade

Anônimo disse...

eu tenho medo que nacionalisem essa jabiraca e consigam empurrar pelo preço de uma cg 150 pq aih fica pior q o indiano e dps se desmancha num buraco na rua e fica soh atrapalhando o transito

Ronaldo disse...

Um carro bebe mais e polui mais que uma moto e acaba ocupando mais espasso na rua. Mas chamar essa bolota de plástico de carro é gentilesa, isso é só um guarda chuva com rodas e motor. Moto pode ser perigoso mas custa menos manter e não perde tanto tempo nos engarrafamentos que o Nano só almentaria fora que com tanto plastico mais mole qe um capacete bom uma batida nem deve ser mto mais segura que de moto.

Luiz Antônio de Jesus disse...

Esses triciclos parecem frágeis e falta motor mas esse carrinho não parece lá tão melhor. Isso vai ser igual aquele leite em pó que desmanchava sem bater.

Anônimo disse...

Não trocaria meu fusca por uma lambretinha dessas mas parece rasoável. Esse tal de nano eu usaria pra fazer uma carretinha pra carregar a minha sogra e deu.

Hewerthon disse...

Esses triciclos ficariam bons tirando as mototaxis dos morros. Tem mta mulher carregando criança de colo que usa as motos então fica mais perigoso pq n tem apoio qdo elas ficam segurando as crianças.

José Adalberto disse...

eu não troco a minha belina num trosso dece que não tem espasso pra carregar o rancho do mes quando vai no supermercado nem cinto de seguransa pras criansa no banco detraz

Dieselboy sa Maynila disse...

No creo que el Tata Nano sea un vehículo tan adecuado, tampoco que va a reemplazar los triciclos.

José Lourenço disse...

Se for importado vai micar, se for feito aqui vai dar um prejuízo enorme. Não tem mercado para o Tata Nano aqui pq o espaço interno não parece ser tão bem arranjado.

Jeffrey Benigno disse...

Gracias a Dios yo tengo un Nissan Sentra, pero a los que no pueden comprar un automóvil mejor el Nano puede ser interesante. Solo es demasiado limitado en capacidad de carga, entonces no creo que va a tomar todo el mercado de los triciclos tan luego.

Carolina Cunha disse...

Para quem só pode andar de gol (grande ônibus lotado) e às vezes aparece até um tarado querendo encoxar até uma Honda Biz seria melhor mas é perigoso demais andar de moto então o Nano pode ser bom.

Arthur disse...

Eu duvido que o Nano pudesse vender bem por aqui, o que o povo quer é alguma coisa mais parecida com um carro normal e a única coisa que podia ser uma vantagem no Nano que é a tração traseira não seria tão aproveitada nas zonas rurais por ter pouco vão livre e ser fraco de estrutura.

Jaqueline Rodrigues disse...

Vi poucos nanos numa viagem que eu fiz na Índia ano passado mas os triciclos ainda tem em todo lugar. Eu cheguei a perguntar para um auto-wallah (é como chamam os taxistas que dirigem esses triciclos) se ele trocaria por um nano e ele começou a rir..

Maythê disse...

Eu nunca andei de moto mas acho que não deve ser tão difícil se acostumar com esse triciclo. Se pudesse ser dirigido com carteira de motorista categoria B eu até arriscava se encontrasse para vender com facilidade.

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