8 de março, dia internacional da mulher.
OK, num primeiro momento pode parecer meio non-sense num blog onde eu costumo falar sobre automóveis e combustíveis alternativos eu citar a importância desse dia. Mas que atire a primeira pedra quem nunca se revoltou com a situação das mulheres nos principais países exportadores de petróleo, onde a ignorância associada ao extremismo religioso e ao machismo faz com que acabem sofrendo mais humilhações e maus-tratos que um cachorro de rua. Ou para citar exemplos mais suaves, expressões como "carro de mulher", "soccer-mom van" ou outras relacionando determinados modelos ou tipos de automóveis a um público majoritariamente feminino.
Não só no mercado consumidor, mas atualmente as mulheres tem uma importância enorme dentro da indústria automobilística, tanto no chão de fábrica quanto envolvidas diretamente em projetos, como Anne Asensio, responsável pelos primeiros esboços do que viria a se tornar a Renault Scénic. Até no automobilismo, considerado ainda um ambiente essencialmente masculino, há destaques como Danica Patrick ou a alemã Jutta Kleinschmitt, 1ª mulher a vencer um Paris-Dakar a uns 10 anos atrás.
Um dos estereótipos associados ao dito "sexo frágil" é sobre uma certa "sensibilidade", bastante apreciada no meio artístico. E elaborar o design de um automóvel, por exemplo, pode ser considerado uma expressão artística. Ainda, com toda a expectativa que a nossa sociedade atribui às mulheres com relação ao cuidado com a família, é de grande valor a contribuição que elas vem dando ao desenvolvimento de veículos mais seguros e versáteis para levar as crianças à escola ou fazer o rancho do mês no supermercado, desde os tempos de Bertha Benz, esposa do pioneiro Karl Benz. O próprio engenheiro alemão soube reconhecer que sem o apoio da mulher, principalmente no que se referia ao marketing, não teria chegado tão longe. A estratégia que a Toyota usou durante a década de 1950 para divulgar o Land Cruiser no mercado africano foi essencialmente a mesma que Bertha Benz usou quando tomou a direção do Patent-Motorwagen para ir visitar a mãe acompanhada dos filhos num dia daquele distante ano de 1886, quando o triciclo de motor a combustão criado pelo marido ainda causava alguma desconfiança. E um veículo simples que pudesse ser conduzido por uma mulher certamente atrairia a atenção de um mercado consumidor em potencial...
Dentro das fábricas, os grandes marqueteiros reconhecem que a "palavra final" na aquisição do carro familiar vem pertencendo à matriarca já a um bom tempo. Não só pelo papel essencial à manutenção da estrutura familiar tradicional, a importância da mulher no setor automotivo não pode ser negada.
4 comentários:
Ainda bem que ainda tem quem reconheça o nosso valor e a importância do nosso dia. Dia de luta por reconhecimento das mulheres trabalhadoras e que como tu diz são essenciais na estruturação da família.
Pois é, mesmo com tanto machismo no mundo por trás de qualquer homem bem sucedido tem uma mulher. E apesar de tudo mesmo com tantas conquistas das liberdades civis para as mulheres não se vê mais cavalheirismo como a minha avó costuma dizer, tem sempre uns brutões que não sabem fazer uma gentileza e ficam de papo dizendo que se nós queremos igualdade temos que sair arrotando e falando palavrão.
Família é mesmo sagrada, e a nossa importância tem que ser mesmo reconhecida nessa época de mulheres frutas que os próprios homens dizem que só serve para tirar a casca, comer e jogar o bagaço fora. Apesar de todas as nossas conquistas ainda ter que lutar contra essa visão de vulgarização feminina não é das coisas mais fáceis.
É bom ver que tem automobilistas que enxergam as mulheres sem discriminar.
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