sábado, 21 de março de 2015

Clássico de peso: Ford F-900 Big Job

Ford F-900 Big Job do modelo produzido entre '54 e '57. Originalmente equipado com motor Lincoln Y-block V8 de 317pol³ (5.2L) e 160hp se for um exemplar do primeiro ano de fabricação, ou de 332pol³ (5.4L) e 212hp se for dos anos subsequentes, tinha a opção por um câmbio manual de 5 marchas direct-drive ou um overdrive também de 5 marchas. Naturalmente, um exemplar como o da foto acima acabou sendo repotenciado com algum motor Diesel durante os anos 70, num reflexo da crise do petróleo.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Clássico: DKW-Vemag Candango

Produzido entre 1958 e 1963, o Candango usava o mesmo motor 2-tempos de 3 cilindros em linha refrigerado a água usado nos automóveis DKW, produzidos sob licença pela Vemag. Teve versões 4X4 com caixa de transferência de dupla velocidade (ou "reduzida") e 4X2, todas com câmbio manual de 4 marchas e suspensão independente nas 4 rodas, e capacidade de carga de 490kg. O modelo é derivado do DKW Munga alemão, projetado inicialmente para atender ao mercado de viaturas militares dos países-membros da OTAN e produzido entre 1956 e 1968, mas apesar de ter seus méritos (mais notavelmente a leveza e a simplicidade mecânica) acabou preterido no mercado brasileiro que se mostrou mais favorável ao Jeep Willys e ao Toyota Bandeirante.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Grupo Izzo: incompetência e desonestidade

Para muitos entusiastas, uma motocicleta Harley-Davidson é a realização de um sonho, mas entre 1993 e 2010 esteve atrelado a um pesadelo. O extinto Grupo Izzo, antigo detentor da representação oficial da marca, deixou um enorme passivo trabalhista por não ter feito os devidos depósitos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos ex-funcionários.
A situação do Grupo Izzo começou a deteriorar quando a matriz da Harley-Davidson tomou a decisão de cancelar o contrato, com base numa cláusula que vetava a comercialização de motocicletas de outras marcas em concessionárias exclusivas. Eu lembro de ter visto numa antiga concessionária da Harley-Davidson também modelos de outras fabricantes, com especial destaque para Ducati e KTM.
Em outubro de 2012, ambas rescindiram com o Grupo Izzo, que acabou encerrando as atividades de forma melancólica. Também deixou de ser representada oficialmente a fabricante de quadriciclos Polaris. Hoje a KTM atua de forma oficial no Brasil, e a Ducati já até monta alguns modelos em CKD usando instalações da Dafra em Manaus, e a Polaris vem representada pela Brand Stars.

A incompetência que imperava dentro do Grupo Izzo não era compatível com a tradição e a solidez de empresas como a Harley-Davidson, famosa por uma confiabilidade que não se poderia esperar do cômico padrão de qualidade dos serviços de pós-venda mantidos pelo então representante...
Por algum tempo eu freqüentei a antiga concessionária do Grupo Izzo em Porto Alegre, para ver novidades referentes às linhas da Harley-Davidson, KTM e Ducati e tomar um cafézinho, e por diversas vezes via motocicletas paradas na oficina por falta de peças. O desrespeito contra o consumidor chegava a uma proporção absurda, prevalecendo-se da exclusividade na representação da marca para dificultar a atuação de mecânicos independentes, podendo cobrar preços claramente abusivos pelos serviços e peças de reposição.

No auge da crise do Grupo Izzo, alguns consumidores enfrentavam atrasos de 5 meses do pagamento até o recebimento das motocicletas, que eram empenhadas como garantia de quitação de dívidas da empresa junto a bancos, como o Cruzeiro do Sul e o Cacique - como já foi até relatado em sentenças judiciais. Alguns clientes até hoje não receberam as motos pelas quais já pagaram, o que caracteriza estelionato. O Ministério Público do Rio Grande do Sul chegou a investigar o Grupo Izzo por "eventuais práticas comerciais abusivas" a alguns anos, embora tenha arquivado o inquérito entre 2010 e 2012 quando foram registradas mais reclamações de vítimas.

O mercado motociclístico brasileiro atualmente está num estágio de maturidade próximo aos principais mercados mundiais, e apesar do maior volume se concentrar em modelos de 125 a 300cc já tem mais variedade em faixas superiores de cilindrada, atraindo investimentos de grandes referências em tecnologia e alto desempenho como Kawasaki e BMW, consolidando um elevado nível de profissionalismo e mostrando que, cada vez mais, sobra menos espaço para desonestidade e incompetência. Não há, portanto, mais espaço para abusos como os perpetrados pelo Izzo...

segunda-feira, 2 de março de 2015

Uma breve reflexão sobre a repressão aos caminhoneiros

Chega a ser irônico que o PT, partido que sempre se apresentou como "dos trabalhadores", esteja reprimindo de forma violenta os caminhoneiros engajados nas paralisações e outros protestos contra os preços absurdos cobrados pelo óleo diesel no país, além de outros problemas que afetam a vida dos profissionais do transporte de cargas nessa republiqueta. Constantes assaltos em algumas das principais rodovias, e alterações na cobrança dos pedágios contando todos os eixos do veículo sem descontar os que estejam suspensos sem tocar no pavimento (no caso de caminhões "trucados"), também tiram o sossego dos caminhoneiros.

Embora o transporte brasileiro dependa muito do modal rodoviário, a infra-estrutura sucateada e a malha viária em estado deplorável de conservação também ameaçam os profissionais, que ficam expostos a um maior risco de acidentes, e às vezes as consequências vão muito além do prejuízo material, com morte ou invalidez permanente das vítimas. Ao invés de cumprir com as próprias obrigações, parece muito mais fácil tratar os caminhoneiros como bandido, como se todos recorressem ao "rebite" e outras drogas ilícitas para suportar a rotina de trabalho exaustiva e vivessem enfurnados em cabarés de beira de estrada onde muitas vezes ocorre até prostituição infanto-juvenil. Intimidar os profissionais usando o aparato estatal, e valer-se do monopólio da Petrobras para maquiar a inflação de modo a garantir os votos de cabresto e jogar toda a conta para o povo pagar com juros depois das eleições, soa como uma profunda incoerência para quem dizia "lutar contra a corrupção e melhorar a vida do povo" como era o caso dos petistas enquanto oposição.

Entre os agentes estatais atuantes na repressão, convém salientar a atuação da Polícia Rodoviária Federal que, ao invés de promover a segurança nas rodovias federais e até reprimir os assaltos que aterrorizam os caminhoneiros, tem tratado pais de família que trabalham literalmente como burros de carga como se fossem os verdadeiros bandidos. Já foi acionada até a Força Nacional de Segurança, equivalente petista da "milícia bolivariana", para reprimir os caminhoneiros no Rio Grande do Sul. E a atuação da "justiça" também é motivo de vergonha para o país, travestindo os caprichos ditatoriais do PT com a máscara da "legalidade". Diga-se de passagem, é um traço típico da esquerdalha se apegar demais à "legalidade" quando é para defender vagabundo, com exemplos que vão desde a tolerância seletiva a atos racistas que passam a ser enaltecidos a título de "ações afirmativas" com o intuito de arregimentar idiotas úteis entre as ditas "minorias" (tanto raciais quanto religiosas ou homossexuais) e a apologia ao uso da maconha sendo tratada como uma vertente da "liberdade de expressão", culminando com a epidemia das drogas que tem transformado muitos seres humanos em situação de risco em zumbis que vivem em função do maldito crack.

É muito mais fácil para o PT levar usinas sucroalcooleiras à falência e desencorajar investimentos no biodiesel, para garantir que a população continue refém da mesma quadrilha que se apoderou da Petrobras, e os caminhoneiros sofram com um custo operacional cada vez mais absurdo que não é contrabalançado pelos valores do frete. Ao invés de liberar de vez o mercado dos biocombustíveis, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mantém distorções absurdas. Um caso que merece destaque é o dos infames "leilões" de biodiesel, onde muitas vezes é oferecido às indústrias um preço aquém do custo real de produção, mesmo que depois o óleo diesel misturado com uma quantidade ínfima de biodiesel vá ser vendido a preço de ouro. Cabe salientar que, em face do monopólio estatal sobre a produção de combustíveis, o biodiesel e até mesmo o uso direto de óleos vegetais naturais como combustível veicular já apresentam uma relação custo/benefício favorável diante do óleo diesel convencional, mas não são facilmente disponíveis para o consumidor no varejo.

A confusão que o PT faz entre o partido e o Estado brasileiro já causou transtornos demais ao povo e ao país, e portanto o protesto dos caminhoneiros é uma causa nobre que merece o apoio de todos os brasileiros decentes que desejam um futuro melhor e sem "cubanização", por um verde-e-amarelo sem foice nem martelo. Os transtornos causados pelos bloqueios nas estradas são temporários, e não chegam nem aos pés dos riscos que o plano de poder do PT e do Foro de São Paulo representam.