segunda-feira, 16 de março de 2020

5 motivos pelos quais a 2ª geração do Chevrolet Onix poderia ser melhor aproveitado numa eventual reestruturação mundial das operações da GM


Desenvolvida com uma grande participação da SAIC, com a qual a GM opera uma joint-venture na China, a atual geração do Chevrolet Onix tem uma aparência mais sofisticada que a do antecessor de projeto brasileiro. E embora o hatch seja produzido exclusivamente no Brasil, o sedan Onix Plus teve o lançamento mundial na China antes que passasse a ter fabricação brasileira e também mexicana, o que leva a crer numa aposta forte nesse novo modelo num segmento que permanece extremamente competitivo nos mercados emergentes. E apesar de ao menos num primeiro momento não haver um interesse declarado da GM em oferecer o Onix em mercados mais desenvolvidos, bem como a saída de alguns países de mão inglesa que abrangeu até mercados outrora tradicionais como a Austrália e a África do Sul e outros que haviam se tornado importantes hubs de exportação como Índia e Tailândia, ao menos 5 motivos podem levar a crer que essa linha estaria adequada a uma reestruturação mundial das operações da General Motors, e mais especificamente auxiliar no reestabelecimento da Chevrolet como uma marca global.

1 - tamanho conveniente para uso geral: apesar do Onix hatch ser um pouco mais comprido e largo do que um Opel/Chevrolet Astra de 20 anos atrás, refletindo a tendência que pode ser observada num modo geral também entre outros fabricantes cujos modelos compactos alcançam as faixas de tamanho antes observadas em médios, tal fator possibilita uma acomodação suficientemente confortável para condutor e passageiros mesmo em mercados mais desenvolvidos, onde a polivalência que se exige de compactos enquadrados na definição de "carro popular" em países emergentes pareça ter uma menor relevância;

2 - opções de motorização competitivas em diferentes regiões: embora no momento a opção pelo câmbio automático permaneça restrita aos motores turbo, enquanto os aspirados contam somente com o câmbio manual, não há impedimento para essa possível inconveniência ser corrigida ao menos com o motor aspirado de 1.2L atualmente destinado à exportação para a Argentina onde na faixa de 1.0L só seja oferecido na configuração turbo. A supressão da injeção direta em versões turbo fabricadas no Brasil, no entanto, tornou-se problemática no tocante à maior vulnerabilidade ao uso de combustíveis com uma menor qualidade, embora o próprio custo dessa motorização seja menos competitivo numa comparação ao 1.2 aspirado em mercados onde não se restrinja a cilindrada até 1.0L para fins de homologação de um carro como "popular". E embora no México e na China atualmente os motores 1.0 e 1.2 sejam disponíveis somente com turbo, mesmo em alguns mercados mais exigentes como os Estados Unidos permaneceria viável oferecer ao menos uma opção de motor aspirado tanto em função do menor custo quanto da aptidão ao uso de insumos como combustíveis e óleo lubrificante de especificações mais modestas;

3 - visual bem-resolvido: embora não deixe de ser um projeto destinado à missão de ser um pé-duro para uso geral, e o hatch ser lançado posteriormente ao sedan eventualmente fomente críticas quanto à proporcionalidade que foram feitas com relação a modelos de proposta semelhante da concorrência, o Onix tem uma aparência bastante agradável;

4 - possibilidade de enquadrar-se em diferentes normas de segurança: o fato de por exemplo nos Estados Unidos a NHTSA (National Highway and Traffic Safety Authority) aplicar normas que não são harmonizadas com outras regiões pode até desencorajar uma eventual oferta de hatches devido à maior facilidade para implementar zonas de absorção de impacto traseiro num sedan, e a plataforma usada no Onix ser especificamente destinada a países periféricos levar a crer que atualizações visando o enquadramento em normas de segurança mais rigorosas fique demasiado oneroso além de aumentar o peso e eventualmente comprometer a eficiência e o desempenho, está longe de ser tecnicamente impossível como já foi comprovado por outros fabricantes nas respectivas incursões pelo mercado americano;

5 - a resistência de alguns consumidores ao modismo dos SUVs: pode parecer improvável, mas até nos Estados Unidos uma parcela do público anteriormente fiel à GM ou à Ford se distanciou desses grupos devido à proposta de concentrar esforços no mercado americano para os SUVs e pick-ups. Se por um lado pode parecer conveniente tentar empurrar um crossover baseado na plataforma de algum segmento imediatamente inferior para quem anteriormente compraria um hatch, um sedan ou station-wagon, tanto em função da maior margem de lucro quanto na classificação como "caminhão leve" ser mais cômoda para se enquadrar em metas de redução de consumo e emissões menos rigorosas, por outro se mostra ineficiente para manter fidelizados aqueles consumidores que ainda preferem um carro normal seja pela percepção de um melhor custo/benefício e maior economia quanto por uma simples preferência subjetiva.

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