No caso dos veículos apreendidos, o correto seria fazer a apreensão em flagrante, mas eu não vou entrar em detalhes da parte tática que isso é obrigação da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar da Paraíba. Não precisa nem fazer perseguições como aquelas dos Estados Unidos, pois nesse país de 3º mundo seriam mais para fazer algum policial despreparado que não pega nem ladrão de galinha aparecer no Plantão da Globo do que para fazer com que a lei seja cumprida, afinal do lado de cá do Equador mal existem viaturas capazes de agüentar o tranco como as barcas americanas com "police package" corretamente dimensionado para a função...
Eu sempre gostei de automóveis, e não vou ser hipócrita a ponto de dizer que os rachas de rua nunca me chamaram a atenção. Toda aquela fascinação que a molecada tem por velocidade, associada à idéia de proibição e o desejo de contestação que fica bastante exacerbado durante a adolescência são uma combinação explosiva. Eu, especificamente, sempre fui até mais interessado na parte técnica (preparação de motores, acerto de suspensão, freios, etc.) do que nos rachas, mas não sou hipócrita a ponto de negar que o fascínio pela velocidade existe, bem como por desafiar a imposição do limite da mesma...
No país inteiro faltam locais apropriados para a prática do automobilismo amador, que no interior acaba mais restrito às tediosas competições de arrancada em pistas geralmente limitadas a 402 metros sem nenhuma curva, o que acaba fomentando o submundo das corridas clandestinas em vias públicas. Pistas adequadas com estrutura de apoio para equipes de emergência são mais raras do que alguns locais fechados ao tráfego mas de fácil acesso que acabam sendo usados para manobras e "fritões" (e como não tem trânsito nem tanta ênfase em normas de segurança não é incomum presenciar o consumo de bebidas alcoólicas em alguns desses locais), enquanto não faltam campos de futebol (e às vezes até moleques jogando futebol em plena pista em ruas de periferia). E convenhamos que, com a quantidade absurda de impostos que se paga pela propriedade de um veículo automotor e por insumos como combustíveis, lubrificantes e peças de reposição, acaba sendo uma vergonha que as estradas brasileiras tenham que ser pedagiadas para ter uma manutenção decente. Se não houvesse tanta corrupção, seria possível ter até umas estradas sem limite de velocidade como as autobahnen alemãs, onde seria possível apreciar a velocidade dentro da lei, o que poderia até colaborar para uma diminuição da prática dos rachas quando se pode desfrutar apenas do prazer da velocidade sem ser considerado um bandido. Tecnologia para implantar uma estrada dessas em terras brasileiras já é dominada por empresas locais. E ao contrário do que alguns alegam, os acidentes numa autobahn não costumam acontecer numa freqüência tão alarmante não só por serem construídas com uma boa margem de segurança, como também devido à maior concentração por parte dos aspirantes a piloto ao trafegarem em velocidades mais elevadas...
Eu tenho consciência de que, pelas mesmas leis brasileiras que eu critico por outros motivos, racha é considerado crime, mas enquanto um automobilista amador for considerado um criminoso tão perigoso quanto um assaltante ou um estuprador e os corruptos continuarem soltos eu não vou negar que considero uma verdadeira inversão de prioridades esse espetáculo sensacionalista e oportunista. Também não vou negar que acontecem acidentes em rachas e eventuais mortes de inocentes, mas a corrupção que transforma hospitais públicos em verdadeiros necrotérios mata bem mais. Aproveito para repudiar um "jornalista" que citou a preparação feita no motor do Gol como sendo uma "adulteração", bem como ao "profissional" de imprensa que citou a oficina Rev It Up, uma das mais reconhecidas pelo trabalho de preparação de motores Honda, como sendo uma "oficina clandestina". Se o sujeito tivesse o mínimo de profissionalismo, não compararia uma empresa séria com essas "bocas de porco" que usam peças de procedência duvidosa...
Imagem meramente ilustrativa
2 comentários:
Concordo cem por cento..
Lamentavelmente eu sou xará do "jornalista" Roberto Marinho, fundador da atual "cocaína dos pobres". É um nojo esse jeito que o espetáculo circense se montou ao redor do Black Bull, mas povão invejoso e alienado sempre vai se iludir quando vê um rico tomando prejuízo mesmo que isso não signifique uma melhoria de verdade na vida do pobre.
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