Furgonetas multiuso como a antiga Ford Courier Kombi de fabricação espanhola, ainda me parecem o tipo de veículo mais apropriado para atender da forma mais satisfatória possível a usuários com diferentes necessidades, desde aqueles que desejem um único automóvel que possa servir tanto o uso a trabalho quanto para transporte familiar, até os que apreciem para fins recreativos o amplo espaço interno. Não é de se estranhar, portanto, que muitos turistas argentinos ainda as usem para ir veranear em Florianópolis por exemplo. Mas seriam efetivamente melhores que os SUVs compactos da moda?
Até mesmo a proposta "aventureira" pode ser incorporada às furgonetas, como foi o caso da Peugeot Partner Patagónica argentina que no Brasil foi renomeada como Partner Escapade. No entanto, hoje o modismo dos SUVs faz com que os consumidores brasileiros não contem mais como essa opção no mercado de veículos 0km, embora ainda seja oferecida na Argentina e por lá de certa forma sofra um fogo amigo por parte do Peugeot 2008 fabricado no Brasil. Naturalmente, o projeto mais antigo e as raízes essencialmente utilitárias fazem dessa versão ainda baseada na 1ª geração da Partner um pouco menos atraente para quem se deixe iludir pela aparência em detrimento da utilidade, além da oferta de itens de conforto mais valorizados hoje como o câmbio automático que não estão disponíveis na Partner Patagónica mas oferecidas no 2008, apesar de recorrerem ao mesmo motor na versão do 2008 que conta com esse opcional.
O foco cada vez mais direcionado ao uso urbano e rodoviário dos SUVs, em substituição às minivans e station-wagons como o veículo favorito das famílias de classe média, faz com que já não seja nada incomum alguns modelos como o já citado Peugeot 2008 nem sequer oferecerem tração nas 4 rodas. Logo, perde-se um eventual atrativo não somente para atender à busca pela imagem pretensamente aventureira bem ao gosto dos "jipeiros de apartamento" mas até no tocante à segurança em condições de baixa aderência como chuva intensa e neve. Mesmo podendo-se alegar que um SUV compacto da moda vá ter um acerto de suspensão mais confortável por ser especificamente direcionado ao uso no transporte de passageiros ao invés de carga, é perfeitamente compreensível que as furgonetas ainda se justifiquem pela versatilidade e ofereçam uma relação custo/benefício satisfatória.
Considerando que passam a não ter efetivamente uma desvantagem na capacidade de incursão fora de estrada em comparação a uma parcela expressiva dos SUVs compactos hoje disponíveis no mercado, chega a ser ilógico que o consumidor brasileiro mediano tenha perdido o interesse pelas furgonetas, ao passo que os argentinos e uruguaios continuam bastante receptivos a essa categoria. Naturalmente o marketing, que apresenta os SUVs como artigo de ostentação para os "cowboys de apartamento", e também costuma explorar a impressão de poder ao "ver o trânsito por cima" que agrada às peruas de plantão, tem sua influência. Enquanto isso, quem eventualmente precise de um veículo adequado não só para desfilar em estacionamentos de shopping mas que seja capaz de atender tanto ao uso familiar quanto ao trabalho em diferentes condições de terreno que nem sempre requeiram tração 4X4 já não tem muitas opções.
Outra circunstância que torna um tanto injustificado o aparente desinteresse brasileiro por furgonetas é a comparação entre modelos como o antigo Volkswagen Caddy de 2ª geração que foi importado da Argentina e comercializado como Volkswagen Van e a atual geração da Saveiro oferecer a opção pela cabine dupla. Pode-se alegar que as pick-ups compactas hoje supririam a falta das furgonetas, mas o fato de diferentes tipos de veículo originalmente voltados ao trabalho serem tratados de forma distinta pelo público generalista é algo curioso. Além do mais que as pick-ups ainda fazem frente aos SUVs...
8 comentários:
A mi también parecen ser el mejor tipo de coche las furgonetas. Mi abuelo por parte de madre tenia una Fiorino de la 1ra mitad de los años 90 que creo yo se puede decir que me ha hecho encantado por las furgonetas. Me fui por 1ra vez a FLN en ese mismo Fiorino, y algo que me acuerdo bien fue el dia que un playero del Esso frente a la rodoviaria se volvió furioso al cargarle gas-oil bajo la lluvia. Hoy tengo mi propia Fiorino, pero esa es 2009 y lleva gas bajo el piso del baúl.
Suelen ser casi como los AUVs del sureste asiatico, aún que lleven la tracción en otro eje (delantera para eses furgones chicos y trasera para los AUVs). Ya lo vi en las Filipinas a un Caddy más nuevo que ese de la foto, pero te lo aseguro que es más fácil ver un Tiguan por las calles.
Para mim que sou mãe de 3 meninas um carro espaçoso é o ideal. Eu ficaria super feliz com um furgão desses.
Alguns carros mais simples já são melhores que essas caminhonetes de desfilar em estacionamento de shopping. Mas vamos lá, se fosse para melhorar nessa questão da utilidade até que os furgões pequenos podem fazer algum sentido.
Não posso ser hipócrita de dizer que não gosto do Jeep Compass, até porque eu tenho um e não dá para dizer que seja exatamente um carro barato, mas essa foi uma fantástica observação. Hoje parece que não se pensa em produzir nada além de hatches pequenos demais para atender uma família, sedãs que não tem versatilidade, ou tentar tapar o buraco deixado pelas wagons e minivans com um SUV que pode até ser confortável mas não é nem econômico como as wagons nem aproveita muito bem o espaço interno como as minivans.
É mesmo estranha essa rejeição por furgões. Afinal, se todo garoto no começo da puberdade sonha com um outro tipo de carro que não deixa de ser basicamente uma versão modernizada dos carroções que sempre aparecem nos filmes de cowboy, faria sentido também considerar um furgão que pelo menos parece proteger melhor as bagagens e os passageiros.
É, não deixa de ser uma boa ideia esse tipo de carro.
Não dá mesmo para entender como esses carros não fazem mais sucesso no Brasil
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