sábado, 15 de julho de 2023

Haveria espaço para a atual geração do Suzuki Swift caso fosse oferecido no Brasil?

Tendo como principais hubs de produção o Japão e a Índia, e alguns países como o Uruguai já recebem o modelo indiano e em menor proporção uma versão esportiva de fabricação japonesa, é difícil explicar a ausência da atual geração do Suzuki Swift no mercado brasileiro. Em que pese o grupo Souza Ramos, que é o representante das divisões automotivas da Suzuki e da Mitsubishi no Brasil (as motos Suzuki no Brasil são representadas pelo grupo J. Toledo), dar mais ênfase aos utilitários 4X4 de ambas as marcas e rejeitar uma abordagem mais "popular", tanto uma série de fatores de ordem técnica quanto a dinâmica do mercado brasileiro ainda ter espaço para produtos que possam até ser considerados mais austeros em segmentos mais tradicionais leva a crer que o Swift poderia também ser competitivo diante dos modelos de outros fabricantes com um posicionamento mais claramente generalista. Naturalmente a produção na Índia pode ser alvo do mesmo ceticismo que antes era apontado com relação aos carros chineses, apesar da qualidade seguir o mesmo padrão das versões japonesas, com a vantagem da mão-de-obra barata.

Um recente interesse do governo indiano pelo etanol, fomentando até planos para fomentar a venda de automóveis e motocicletas flexfuel na Índia a exemplo do que predomina no Brasil, até facilitaria uma "tropicalização", embora o uso de um câmbio automatizado de embreagem simples ao invés de oferecer um automático propriamente dito como o CVT disponível em versões japonesas, ou do automático de 6 marchas que é opcional para o modelo esportivo da linha, fosse um possível alvo de rejeição do público brasileiro como acontecia com modelos de outras marcas. Eventualmente os únicos motores 1.0 usados na atual geração do Suzuki Swift serem turbo pudesse atrapalhar, tendo em vista o maior rigor exigido na manutenção comparado ao 1.2 aspirado que se usa na Índia e na maioria dos destinos de exportação, e apesar que um motor 1.0 aspirado atualmente usado em alguns subcompactos da Maruti Suzuki talvez já desse conta de atender ao Swift e permanecer competitivo diante de modelos de proposta semelhante fabricados no Brasil seria improvável tal simplificação tão somente para enquadramento na alíquota de IPI reduzido aplicável aos carros "populares". Talvez um sistema mild-hybrid, que é aplicável tanto aos motores turbo quanto ao aspirado, pudesse ser mais atrativo para pleitear alíquotas de impostos menos exorbitantes, e ao mesmo tempo obter uma isenção do rodízio pelo final da placa que permanece em São Paulo e certamente constituiria um excelente argumento de vendas para quem rejeite depender do Uber ou então recorrer a uma motocicleta para usar somente no dia do rodízio por também ser isenta sem qualquer observância de parâmetros técnicos mais específicos.

Por mais que o representante das divisões automotivas da Suzuki e da Mitsubishi tenha conseguido que um modelo de negócios voltado exclusivamente a caminhonetes e SUVs cuja margem de lucro é maior, antes mesmo que a Ford tentasse implementar uma estratégia semelhante a nível mundial, é evidente o interesse de uma parte do público brasileiro por carros mais convencionais também, seja por um custo a princípio mais comedido, seja pela impressão que um hatch seria mais adequado à condução esportiva. Com opções de conjuntos mecânicos que seriam adequadas a diferentes perfis, e aparência agradável, o Suzuki Swift da geração atual teria condições de ser competitivo diante da concorrência generalista, e o único empecilho aparentemente é o posicionamento de mercado como "especialista em 4X4" atribuído à Suzuki no Brasil. Enfim, por mais que alguns fatores como uma desconfiança de parte do público por ser um modelo de fabricação estrangeira, e a percepção quanto à marca ser diferente da vista em países onde a Suzuki se destaca em segmentos generalistas, o Swift da atual geração cairia como uma luva no Brasil...

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