sexta-feira, 15 de maio de 2020

Mercado motociclístico: possivelmente se recupere mais rapidamente da crise do coronavírus chinês

Em meio a politicagens ineficazes que tem sido implementadas sob o alegado pretexto de diminuir a disseminação do coronavírus mas que na prática se revelam mais nocivas à economia que benéficas à saúde pública, como restrições à operação dos ônibus urbanos em Florianópolis e a volta do "rodízio" por final de placa em São Paulo que prejudica não apenas o uso particular de automóveis como ainda é um empecilho à modalidade de transporte por aplicativos popularizada nos últimos anos, o mercado automobilístico sofreu uma pesada retração que já ameaça a operação de concessionárias e intensifica o desemprego. Levando em consideração fatores como o temor de uma maior disseminação do vírus chinês em ambientes com aglomeração e renovação de ar deficiente, como normalmente é o caso dos ônibus urbanos, bem como a eventual necessidade de alguns profissionais por um segundo veículo só para burlar o estúpido "rodízio", motocicletas de pequena cilindrada podem tornar-se uma alternativa satisfatória não apenas durante o estado de emergência sanitária mas também eventualmente sustentar um crescimento dessa faixa do mercado de veículos novos. Dada a ênfase num aspecto estritamente utilitário de alguns modelos de moto, bem como a maior concentração de vendas na faixa de pequena cilindrada, não é de se duvidar que surja um maior interesse do público generalista por motos básicas como a Honda Pop 110i que pode ser apresentada como uma alternativa ao ônibus até em função do baixo custo operacional e de manutenção.
Mesmo que de uns anos para cá tenha aumentado a variedade de modelos e versões de motocicletas, e até faixas de cilindrada alta tenham uma maior participação de mercado, a concentração das vendas em torno dos modelos de entrada já pressupõe que fabricantes generalistas como a Honda consigam manter uma relativa estabilidade na cadeia produtiva da indústria motociclística, ao contrário do que tem ocorrido na indústria automotiva que recentemente buscou fugir da dependência pelo esquema do carro "popular" visando um maior lucro médio por unidade ao invés de uma dependência maior pelo volume total de vendas. Embora os aplicativos de transporte tenham justificado uma parte do público generalista procurar por automóveis com mais equipamentos de conforto e em alguns casos tamanho maior que já se distancia da imagem do hatch "popular" pé-duro que antes garantia os bons volumes de vendas, há de se considerar a demanda pelos serviços de delivery geralmente de alimentos e que foi também impulsionada pelos aplicativos mas não requer muita sofisticação para o transporte dos produtos, isso para não entrar no mérito de serviços de moto-táxi tanto clandestinos quanto os que já são regulamentados em algumas cidades. Enfim, mesmo que os méritos da motocicleta no transporte remunerado de passageiros não recebam o justo reconhecimento em meio à atual crise do coronavírus chinês, a princípio outras circunstâncias no tocante ao transporte remunerado de passageiros e de cargas e encomendas leves seriam um bom indício de que o mercado motociclístico possa apresentar uma recuperação mais rápida que o automobilístico.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para quem ficou sem emprego por causa dessa quarentena fajuta, mesmo que usar o carro para trabalhar em aplicativo possa parecer uma opção, é arriscado ficar numa situação de praticamente pagar para trabalhar. No caso da moto, além de poder fazer algum outro trabalho tanto com aplicativo quanto sem aplicativo, o custo de manutenção menor já é um alívio para quem possa se desfazer dum carro, comprar uma moto barata e usar a diferença para tentar reequilibrar as finanças de casa.

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