sexta-feira, 2 de outubro de 2020

5 motivos para o Gol quadrado ainda ter fãs muito entusiasmados

Não há dúvidas quanto à importância do Gol para que a Volkswagen conseguisse se firmar num Brasil "pós-Fusca", bem como em outros mercados de exportação regional incluindo não somente a América Latina mas também África e Oriente Médio por algum tempo. Antecedendo a popularização da idéia de carros específicos para mercados emergentes, que no caso do Gol quadrado ainda tinha a se destacar o uso de uma versão simplificada da plataforma B1 da primeira geração do Passat, o modelo conquistou fãs e ainda encontra defensores bastante entusiasmados, tanto entre os saudosistas quanto aqueles que já consideram "colecionável" até os exemplares da última reestilização lançada em '91 que foi produzida até '94 com os motores de 1.6L até 2.0L mantendo-se como opção de entrada com o Gol 1000 de '93 a '96. Mesmo em meio a fatores que vão desde um complexo de vira-lata que fomenta a rejeição a tudo o que for mais modesto até a evidente antiguidade que se faz presente em sinais de desgaste natural nos exemplares remanescentes que não tenham passado por uma reforma ou restauração, ainda há quem não deixa de apreciar um Gol quadrado, podendo-se listar ao menos 5 motivos que fomentam opiniões favoráveis ao modelo:

1 - simplicidade mecânica: os motores usados no Gol ainda costumam ser muito apreciados tanto por adeptos da preparação, devido ao baixo custo para se obter uma potência relativamente alta mantendo uma durabilidade adequada, quanto por quem prefere preservar a originalidade;

2 - simetria entre os semi-eixos de tração: ao contrário da imensa maioria dentre os carros com motor transversal, no Gol o motor longitudinal permite que o câmbio fique mais centralizado com relação às laterais, de modo que os semi-eixos de tração tem rigorosamente o mesmo comprimento e portanto seja eliminado o torque-steer, que seria a tendência a "puxar" para o lado de um semi-eixo mais curto e leve;

3 - carisma: naturalmente, mesmo que não chegue à mesma proporção observada no caso do Fusca que teve uma presença mundial maior, o fato do Gol quadrado ter sido tão comum tanto em grandes centros quanto pelos mais ermos rincões do Brasil acaba criando vínculos afetivos junto a uma parte expressiva da população. E mesmo que modelos atuais do Gol sejam substancialmente diferentes do quadrado, não se pode negar que o nome ainda se sustenta no mercado brasileiro e até em países como o Uruguai mais pela tradição e pela memória afetiva;

4 - a inflação no mercado de carros antigos: para quem quer ingressar no colecionismo de veículos antigos em meio ao crescimento que esse mercado teve entre o fim da década de '90 até agora, modelos outrora comuns que já começaram a se tornar mais escassos antes que se completem 30 anos do fim da produção acabam figurando como opções interessantes diante de uma perspectiva de valorização ao alcançarem a idade para serem oficialmente reconhecidos como "colecionável";

5 - nostalgia pelo que se vivenciou na época: tanto entre uma parte do público que já dirigia e às vezes até aprendeu justamente num Gol quadrado quanto entre quem ainda não tinha idade para obter a carteira nacional de habilitação mas agora podem fazê-lo, é previsível que um apego ao passado fomente o interesse pelo Gol quadrado ou ainda por outros carros da mesma época. O fato da Volkswagen ter se mantido por tanto tempo como líder de vendas no Brasil, muito por causa do Gol assumindo a função de modelo generalista de entrada da marca após o fim da produção do Fusca, também pesa na preferência de alguns que lembram de uma época em que trocar de carro era trocar de Fusca para Gol ou de um Gol mais antigo por um 0km.

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