terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Honda XLX 250 com motor de Tornado: um exemplo interessante de restomod

Um veículo mais antigo ainda pode encantar uma parte do público, mas naturalmente alguns fatores são um tanto problemáticos, e considerações quanto ao desempenho, consumo de combustível e segurança possam ser convidativas à implementação de algum upgrade. No caso específico dessa Honda XLX 250 da década de '80, duas características que logo saltam aos olhos são o freio dianteiro a disco hidráulico ao invés do tambor acionado a cabo, e o motor DOHC originalmente usado nas CBX 250 Twister/CBF 250 e XR 250 Tornado ao invés do RFVC. Só ao proporcionar uma extensão da vida útil operacional de um veículo antigo, ao invés de ignorar uma eventual importância que possa apresentar até mesmo como um ícone cultural em meio a tantas mudanças que o Brasil e o mundo passaram ao longo das décadas, a idéia por trás de uma restomod já me parece fazer bastante sentido, além da partida elétrica que é muito mais cômoda em comparação ao pedal que nas XL e XLX com o motor RFVC dava um contragolpe tão violento na canela direita que hoje provavelmente causaria incômodos à Honda...
Em meio à histeria político-midiática a favor da eletrificação das frotas, defendida à exaustão em nome de uma falsa "sustentabilidade" que ignora a importância do motor de combustão interna até mesmo no tocante à estabilização biológica dos ciclos do carbono e do nitrogênio caso seja levado a sério o uso de biocombustíveis como o etanol em opção à gasolina, a viabilidade de instalar um motor mais moderno a um veículo cuja funcionalidade esteja preservada pode ser justificada ainda mais facilmente no caso de modelos tão icônicos quanto foi a Honda XLX 250 para o mercado brasileiro. Por mais que até motores antigos ainda possam ser justificáveis mesmo em meio à paranóia ecoterrorista, uma restomod pode ser interessante também como contraponto às tentativas de impor um fim ao motor de combustão interna, e o resultado estético nesse caso específico ficou bastante agradável, e a essa altura do campeonato seria o caso de até alguns puristas às vezes chamados pejorativamente de "zé-frisinho" apreciarem. Enfim, se a imposição de falsas soluções serve de pretexto para desovar veículos novos a peso de ouro, o fato de ser tecnicamente viável implementar algumas modernizações num antigo sem comprometer a estética e o valor histórico-cultural também é digno de nota.

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