terça-feira, 1 de maio de 2012

Uma rápida observação sobre veículos dedicados à arte funerária

Um assunto envolto em inúmeros tabus, a morte ao mesmo tempo que provoca medos desperta alguma curiosidade em torno dos mistérios do além. Na prática, o fim de uma vida acaba tendo um grande simbolismo, que se reflete na arte das pompas fúnebres. Um dos aspectos que pode ser observado fica por conta dos rabecões.

Se antes reinavam soberanas as grandes station-wagons, com espaço adequado para acomodar os caixões adequadamente e um porte elegante, hoje com esse tipo de carro tendo uma menor disponibilidade no mercado em comparação com minivans e utilitários esportivos (incluindo os polêmicos crossovers) leva à busca por soluções alternativas.
O uso de pickups como base para veículos funerários acabou ganhando uma grande popularidade mais recentemente, devido ao custo de aquisição relativamente baixo para um modelo zero-quilômetro, e simplicidade na adaptação da carroceria para transportar os féretros com dignidade e respeito. Em alguns casos, quando um alongamento se faz necessário, a carroceria originalmente aberta acaba por facilitar o serviço, ainda que o balanço traseiro possa vir a ficar um tanto desproporcional - mas ao considerar que um simples prolongamento moldado em fibra dispensa alterações no monobloco original em modelos como a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro, o resultado final pode ser considerado mais adequado.

Pick-ups de um porte maior, como a Chevrolet S10, também vem sendo populares nesse segmento de mercado. Em comparação com as compactas, esse modelo e outros similares como a Toyota Hilux apresentam a pouco explorada vantagem da maior facilidade para modificar a carroceria original. Por mais excêntrica que possa soar a idéia, não seria difícil aproveitar a experiência no uso da fibra de vidro para, a exemplo do que era feito numa época de importações restritas, replicar elementos visuais de modelos estrangeiros de maior prestígio, como por exemplo o crossover Cadillac SRX.

Em função da racionalização da extensão da plataforma, já é possível encontrar rabecões com cabine avançada. No entanto, a meu ver, encontrar uma solução que dignifique o design de um veículo com essa configuração torna-se um pouco mais complicado, fazendo com que não transmitam um aspecto tão solene como seria desejável a uma cerimônia fúnebre.
Fica mais difícil dissociar a imagem rústica de um veículo pouco sofisticado e sem tanta elegância, enquanto num chassi com posto do condutor recuado é mais simples aplicar artifícios estéticos visando uma semelhança com modelos mais nobiliárquicos, como por exemplo um clássico Cadillac DeVille...

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