terça-feira, 5 de setembro de 2023

Triciclos voltando a ter relevância em Porto Alegre

Uma cidade envelhecida e com problemas de trânsito, agravados pelo tamanho exagerado das gerações mais recentes dos automóveis até considerando os compactos, Porto Alegre impõe alguns desafios logísticos que tiveram nas motocicletas e triciclos uma resposta até certo ponto previsível. Ainda que predomine entre os triciclos a transformação a partir de motos normais como a Honda CG, e portanto a excessiva exposição do condutor a fatores climáticos e outras situações que prejudicam o conforto e a segurança seja um problema, a economia operacional alcança um público estritamente profissional que hoje tem mais dificuldades para encontrar caminhonetes compactas a preços menos exorbitantes. Por mais que basear os triciclos em motocicletas de pequena cilindrada os mantenha umais limitados à operação urbana, tendo em vista que dificilmente superem uma velocidade de 60km/h e portanto é preferível evitar trechos rodoviários, o enquadramento burocrático análogo ao das motocicletas viabilizar uma defasagem no tocante aos equipamentos de segurança aplicáveis que se reflete no custo inicial, tendo em vista que motos abaixo de 250cc são dispensadas da obrigatoriedade dos freios ABS que são exigidos em todos os carros e utilitários novos vendidos no Brasil desde 2014 por exemplo.
Embora um triciclo seja frequentemente apontado como a junção dos piores defeitos de uma moto no tocante à falta de conforto e segurança com uma manobrabilidade menos conveniente em espaços confinados que se associa mais a um carro, algumas condições operacionais e a questão do custo fomentam um ressurgimento bastante previsível pelo interesse para o transporte comercial leve em Porto Alegre. Tanto pela leveza quanto pelo porte mais compacto em proporção às capacidades de carga, mesmo que objeções à aerodinâmica pouco eficiente ainda possam fazer sentido apesar da velocidade reduzida, no fim das contas o consumo de combustível mais modesto acaba tendo reflexos até num footprint ecológico à medida que motos mais recentes passaram a usar injeção eletrônica e catalisador, e assim teoricamente aquela defasagem entre as normas de emissões de motos e de carros fica menos perceptível. No fim das contas, por mais que também possa ser apontado no ressurgimento do interesse por triciclos junto a operadores comerciais um reflexo de problemas econômicos mais graves a nível nacional fomentando a efetiva necessidade por soluções "pouco ortodoxas" à primeira vista, há algum mérito próprio aos triciclos justificando voltarem a ter uma relevância em Porto Alegre. 

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