Defendidos ferrenhamente por marqueteiros e geeks, os automóveis híbridos, como o Toyota Prius, são constantemente apontados como uma alternativa para reduzir tanto emissões de poluentes quanto o consumo de combustível. No entanto, o alto custo e a complexidade técnica tornam mais desfavorável a aceitação de tal tecnologia por parte do mercado consumidor.
Os sistemas de tração elétrica acabam por requerer uma mão-de-obra mais especializada em função dos riscos associados à alta tensão. Mesmo um eletricista experiente pode encontrar dificuldades, considerando que alguns componentes como inversores atingem tensões superiores a 600 volts, enquanto instalações elétricas residenciais podem ir de 100 a 240 volts (normalmente vão de 127 a 220).
Tomando por referência no mercado brasileiro o Toyota Corolla XRS, que no site oficial do fabricante está anunciado por R$73.030,00 (com um visual bem mais austero do que o exemplar apresentado), e percorrendo 10 quilômetros com 1 litro de gasolina ao custo de R$2,80 por litro, ao final de 5 anos tendo rodado 150 mil quilômetros (30 mil por ano), os R$42.000,00 gastos com o combustível ainda seriam inferiores aos R$76.970,00 correspondentes à diferença entre o preço do Corolla e o valor de R$150.000,00 estimado pela Toyota para comercializar o Prius oficialmente no mercado brasileiro.
Considerando um período de 10 anos e 300 mil quilômetros e um consumo de até 21km/l (com gasolina premium ou podium, mais próximas à boa qualidade da gasolina disponibilizada em mercados desenvolvidos como o europeu, o americano e o japonês), o Prius geraria um gasto de R$40.000,00 em gasolina, enquanto com o Corolla mantendo-se nos 10km/l levaria a um montante de R$84.000,00. Somando o custo total do combustível com o preço de aquisição, o Prius passaria a representar um custo de R$190.000,00 e o Corolla alcançaria os R$157.030,00.
Também merece uma atenção especial a complexidade envolvida no manejo das baterias, preocupação recorrente não apenas nos híbridos como também em elétricos puros.
Alguns argumentarão com relação ao risco de oscilações no preço dos combustíveis, mas ainda assim ao levar os custos à ponta do lápis, o sistema híbrido tem uma longa prova a cumprir...
Também são dignas de nota as discussões acerca de uma eventual liberação do uso de motores a diesel em veículos leves no mercado brasileiro, que não só viria a representar uma opção mais barata para incrementar a eficiência energética -muitas vezes apresentando resultados melhores do que um sistema híbrido- como traria mais facilidade a um aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética, destacando o biodiesel e óleos vegetais.
3 comentários:
Se liberar o carro a diesel e houver incentivos para o uso de biocombustíveis, eu sou a favor. Até alguns motores velhos como o que ainda usam no Corolla a diesel no Uruguai são melhores que essa moda do híbrido.
Tem que pegar mais leve na zoação com os híbridos, são mais limpos e econômicos. E podem ser convertidos para álcool.
Convertido para álcool, até motor a diesel pode ser. Quanto aos híbridos serem referência absoluta e incontestável no tocante a limpeza e eficiência, há controvérsias em função do footprint logístico e industrial até que o veículo esteja pronto para o uso.
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