Já fazia algum tempo que a presença de triciclos utilitários importados da China ganhava algum destaque nas ruas das principais cidades uruguaias, beneficiados pelo preço relativamente baixo (um Yumbo Cargo 125 custa cerca de 3000 dólares) em contrapartida à capacidade de carga (em torno de 350 a 400kg), e um consumo médio na faixa de 25km/l. O desempenho, no entanto, normalmente é bastante limitado em função dos motores entre 125cc e 200cc e das relações de marcha bastante reduzidas para dar alguma agilidade em tráfego urbano, ainda que às custas de uma velocidade máxima menor, normalmente em torno de 60km/h.
Os custos de licenciamento do veículo e habilitação do condutor também são mais acessíveis para os triciclos, usualmente enquadrados na legislação uruguaia como motocicletas, o que motiva alguns usuários mais apreensivos quanto à falta de estabilidade de uma moto a adotarem o triciclo até mesmo para o transporte particular, favorecidos pelo custo operacional ainda mais baixo que o de carros compactos como o Chevrolet Spark. A leveza e simplicidade mecânica, que facilitam significativamente os procedimentos de manutenção rotineira, também tem algum apelo junto aos operadores.
E agora que o governo uruguaio tem imposto restrições ao uso de motores a diesel em veículos leves, o custo operacional reduzido dos triciclos mesmo operando com gasolina faz com que acabem se firmando como uma opção mais rentável para as pequenas entregas urbanas em comparação aos furgões compactos tradicionais como o Peugeot Partner. Logo, por mais que os brasileiros ainda encarem os triciclos como uma mera excentricidade, os nossos vizinhos uruguaios estão oferecendo condições promissoras para o fortalecimento do mercado para esse segmento.
19 comentários:
Pelo menos a suspenção parece mais reforsada que as motos transformadas brasileiras. Só precisava de mais velocidade e eu até podia me dar ao luxo de substituir um carro por um triciclo.
Para rodar na cidade até que 60km/h não é de todo ruim, mas enquanto não tiver mais potência vai ter muita gente preferindo o risco de pegar tétano numa lata velha para ir farofar na praia do que andar de triciclo.
Eu vi que esse da 2ª foto tem diferencial. Dá de usar o mesmo diferencial de chevete para fazer um triciclo artezanal?
Estou com um Gurgel supermini para reformar mas como não pretendo usar em estrada mesmo será que vale a pena usar motor de moto pequeno? Vi um triciclo desse tipo no Brasil mesmo e dava até ré então a parte de marcha não é problema.
Até já vi um triciclo com motor de moto e diferencial de Chevette, mas sem reversor. Foi feita uma gambiarra na tulipa do diferencial para que fosse acionado pela corrente original da moto modificada, uma Sundown Web. Foi até um primo do meu pai que fez essa adaptação.
A relação peso/torque seria até mais crítica que a peso/potência. Se eu fosse usar motor de moto num Gurgel Supermini, não usaria nenhum menor que o da Honda CB500, Suzuki GS500 ou Yamaha XT600.
Até que parece bom esse com capota, só falta mesmo espaço para no mínimo mais uns 3 passageiros no lugar daquele baú grande mesmo que ficasse com um bagageiro pequeno, e se pegasse mais velocidade eu já nem teria problema em me desfazer do meu Ford Ka.
É bom andar ao ar livre numa moto, mas a carroceria maior é melhor para viajar com mais bagagem, se for o caso levar até uma barraca de camping. Só lamento que não tenham uma velocidade boa, senão ficaria até mais prático que os trikes nacionais com motor Volkswagen.
Teve uma época que a Kasinski chegou a importar uns triciclos indianos, feitos pela Bajaj com base num projeto da Piaggio, com uma configuração semelhante, mas novamente a velocidade e a falta de proteção contra intempéries impediram um sucesso comercial relevante.
A questão da velocidade é o menor dos problemas, sempre tem como trocar o motor pelo da CG e dar umas mexidas no comando e na carburação, e trocar o escapamento.
Pena que proibiram carro novo a diesel no Uruguai, imitando o erro do Brasil, mas esses triciclos até são interessantes. Se tivesse uma versão com motor de 400 cilindradas no mínimo e chegasse nuns 130km/h na estrada eu compraria um sem pensar duas vezes.
Dá até uma tristeza pensar que os uruguaios estão substituindo carros a diesel velhos mas ainda decentes por esses triciclos totalmente terceiro-mundistas. Essa sovietização da América Latina atingiu proporções assustadoras.
Yo tengo un Fiat Fiorino viejo con el motor 1.7d, un buen auto pero ya empieza a tener problemas, entonces a unos dias me iba a ver un de eses Yumbo 200.
Ano passado conheci um judeu que era mto revoltado contra a proibição dos carros a diesel e esse era um dos únicos assuntos que tirava ele do sério.
Realmente quando eu vi aquele triciclo-furgão em Rivera me deu uma impressão de "cubanização". Embora eu não seja contra triciclos, é evidente que a maior presença deles no mercado uruguaio é um reflexo de alguns rumos que a política regional vem tomando.
Vai com calma, e pensa bem antes de tomar uma decisão que possa te causar algum arrependimento. Se desfazer de um veículo que tem uma característica que passou a ser considerada um privilégio pode ser um mau negócio...
Mas é de tirar qualquer um do sério mesmo, à exceção dos ecochatos e de alguns "jornalistas" automotivos que tentam levantar objeções morais contra o debate pela liberação do Diesel em veículos leves.
Hay tambien unos triciclos con cerramentos laterales a la cabina, y diseño copiado de las Suzuki Carry como en casi todas las minivans chinas, unos con manubrio de moto y otros con volante como en un automóvil. Intenciono comprar un de los con volante y motor de 250cc que me parece más fiable para tomar carreteras ocasionalmente.
Yo tengo un Yumbo 125 con caja aberta, y lo he adaptado para 2 pasajeros. No es perfecto por no tener proteccion contra la lluvia y tampoco un baul cerrado para equipaje, pero ya es razonable.
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