Logo após a 2ª Guerra Mundial, enquanto veteranos americanos mutilados podiam adquirir veículos equipados com câmbio automático, mais notadamente os famosos Hydra-Matic disponíveis em modelos da General Motors, aos europeus na mesma condição não era tão fácil dispor de tal dispositivo ao se levar em conta, além do custo, o peso e a necessidade de um motor mais vigoroso acoplado à primeira geração de câmbios automáticos para se ter um desempenho adequado.
Tal cenário alguns anos depois mostrou-se favorável aos executivos da empresa Fitchel & Sachs, atual ZF-Sachs, para a introdução de um sistema de acionamento automático da embreagem. Surgiu assim o Saxomat, no qual um platô diferenciado com contrapesos centrífugos manteria a embreagem acionada em marcha-lenta enquanto uma eletroválvula acionada por um contato elétrico incorporado à alavanca de câmbio fazia a liberação de vácuo gerado pelo coletor de admissão (e acumulado num reservatório específico) para acionar um atuador, tudo sem a necessidade de se usar um pedal de embreagem. Ainda que em diferentes mercados tenha equipado uma grande variedade de veículos de diferentes marcas e nacionalidades, incluindo a Volkswagen, no Brasil a oferta do Saxomat foi restrita à linha DKW-Vemag. Entretanto, devido ao desconhecimento do grande público e algum preconceito contra a "embreagem para deficientes", a procura acabou sendo mais restrita.
Além de deficientes físicos, tal recurso acabou agradando a quem preferia um pouco mais de conforto e simplicidade na condução. Atendia bem até a condições mais extremas como em ralis, nos quais alguns pilotos apreciavam a possibilidade de se usar um pé para o freio e o outro para o acelerador. Na prática, assim como nos câmbios automáticos, era impossível fazer o veículo "morrer" (mérito do acionamento centrífugo), mas ainda havia a necessidade de trocar as marchas manualmente. Pode-se dizer, inclusive, que o sistema funciona até melhor que alguns dos dispositivos similares hoje usados em adaptações para motoristas com deficiência física, que geralmente não contam com o acionamento centrífugo durante a marcha-lenta e usam sensores de toque fotoelétricos bastante delicados e um controlador eletrônico que depende da(s) velocidade(s) de referência programada(s), causando uma resposta menos progressiva na liberação da embreagem.
Posteriormente, algumas variações do sistema original foram surgindo no mercado europeu, como o Hydrak usado pela Mercedes-Benz com um conversor de torque hidráulico ao invés do platô centrífugo. O mesmo esquema acabou sendo usado nos Volkswagen de motor traseiro refrigerado a ar equipados com um câmbio semi-automático de 3 marchas, como o tradicional Fusca, que passou a dispor de tal recurso para ficar mais atrativo ao mercado americano.
Ainda que o câmbio automático tenha passado a contar com uma maior popularidade durante a década de 80, nos anos 90 ainda havia algum interesse de fabricantes como a FIAT e a Hyundai em contar com acionamento automático da embreagem em modelos de motorização mais compacta, como o FIAT Seicento, cuja versão a trazer tal comodidade era chamada Citymatic (mesma nomenclatura adotada pela FIAT brasileira em uma versão similar do Palio), e o Hyundai Atos Prime, que ainda chegou a ter também opções com câmbio manual convencional e automático. Restrito ao mercado brasileiro enquanto o similar europeu já trazia a caixa manual-automatizada Easytronic, a versão local do Opel Corsa C teve oferecida nas versões 1.0 um sistema de embreagem automática conhecido como Autoclutch, mas que não logrou êxito. Talvez o modelo que teve tal recurso melhor aceito pelo público brasileiro na época tenha sido o Mercedes-Benz Classe A, fabricado em Juiz de Fora-MG entre 1999 e 2003, no qual o sistema AKS era opcional com o motor 1.6.
Hoje, por mais que acabem tendo mais evidência os recentes câmbios manuais-automatizados que já podem dispensar maiores intervenções do motorista em alguns trajetos a um custo inferior aos automáticos, sem o desenvolvimento de sistemas automatizadores de embreagem tal evolução seria impossível...
3 comentários:
Yo conoci un militar estadounidense que tenia un embrague Saxomat adaptado a un Volkswagen Beetle. No le haya acostumbrado a hacer el control de embrague con los pies entonces lo hizo la importacion del Saxomat. Es un sistema tan simple que mismo un pibe lo puede hacer funcionar.
até a minha honda bis tem embreagem altomatica então não tem o que justifique não ter esse assessório mesmo num carro 1.0 como opsional
A los que trabajan al mando de vehículos creo yo que es una buena alternativa, más sencilla que una caja automatica, no tan cara y aun le posibilita al conductor más precision al control de par (o torcion como le dicen ahí).
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