quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Embreagem automática: conforto com uma concessão à "esportividade"

Logo após a 2ª Guerra Mundial, enquanto veteranos americanos mutilados podiam adquirir veículos equipados com câmbio automático, mais notadamente os famosos Hydra-Matic disponíveis em modelos da General Motors, aos europeus na mesma condição não era tão fácil dispor de tal dispositivo ao se levar em conta, além do custo, o peso e a necessidade de um motor mais vigoroso acoplado à primeira geração de câmbios automáticos para se ter um desempenho adequado.

Tal cenário alguns anos depois mostrou-se favorável aos executivos da empresa Fitchel & Sachs, atual ZF-Sachs, para a introdução de um sistema de acionamento automático da embreagem. Surgiu assim o Saxomat, no qual um platô diferenciado com contrapesos centrífugos manteria a embreagem acionada em marcha-lenta enquanto uma eletroválvula acionada por um contato elétrico incorporado à alavanca de câmbio fazia a liberação de vácuo gerado pelo coletor de admissão (e acumulado num reservatório específico) para acionar um atuador, tudo sem a necessidade de se usar um pedal de embreagem. Ainda que em diferentes mercados tenha equipado uma grande variedade de veículos de diferentes marcas e nacionalidades, incluindo a Volkswagen, no Brasil a oferta do Saxomat foi restrita à linha DKW-Vemag. Entretanto, devido ao desconhecimento do grande público e algum preconceito contra a "embreagem para deficientes", a procura acabou sendo mais restrita.

Além de deficientes físicos, tal recurso acabou agradando a quem preferia um pouco mais de conforto e simplicidade na condução. Atendia bem até a condições mais extremas como em ralis, nos quais alguns pilotos apreciavam a possibilidade de se usar um pé para o freio e o outro para o acelerador. Na prática, assim como nos câmbios automáticos, era impossível fazer o veículo "morrer" (mérito do acionamento centrífugo), mas ainda havia a necessidade de trocar as marchas manualmente. Pode-se dizer, inclusive, que o sistema funciona até melhor que alguns dos dispositivos similares hoje usados em adaptações para motoristas com deficiência física, que geralmente não contam com o acionamento centrífugo durante a marcha-lenta e usam sensores de toque fotoelétricos bastante delicados e um controlador eletrônico que depende da(s) velocidade(s) de referência programada(s), causando uma resposta menos progressiva na liberação da embreagem.

Posteriormente, algumas variações do sistema original foram surgindo no mercado europeu, como o Hydrak usado pela Mercedes-Benz com um conversor de torque hidráulico ao invés do platô centrífugo. O mesmo esquema acabou sendo usado nos Volkswagen de motor traseiro refrigerado a ar equipados com um câmbio semi-automático de 3 marchas, como o tradicional Fusca, que passou a dispor de tal recurso para ficar mais atrativo ao mercado americano.

Ainda que o câmbio automático tenha passado a contar com uma maior popularidade durante a década de 80, nos anos 90 ainda havia algum interesse de fabricantes como a FIAT e a Hyundai em contar com acionamento automático da embreagem em modelos de motorização mais compacta, como o FIAT Seicento, cuja versão a trazer tal comodidade era chamada Citymatic (mesma nomenclatura adotada pela FIAT brasileira em uma versão similar do Palio), e o Hyundai Atos Prime, que ainda chegou a ter também opções com câmbio manual convencional e automático. Restrito ao mercado brasileiro enquanto o similar europeu já trazia a caixa manual-automatizada Easytronic, a versão local do Opel Corsa C teve oferecida nas versões 1.0 um sistema de embreagem automática conhecido como Autoclutch, mas que não logrou êxito. Talvez o modelo que teve tal recurso melhor aceito pelo público brasileiro na época tenha sido o Mercedes-Benz Classe A, fabricado em Juiz de Fora-MG entre 1999 e 2003, no qual o sistema AKS era opcional com o motor 1.6.

Hoje, por mais que acabem tendo mais evidência os recentes câmbios manuais-automatizados que já podem dispensar maiores intervenções do motorista em alguns trajetos a um custo inferior aos automáticos, sem o desenvolvimento de sistemas automatizadores de embreagem tal evolução seria impossível...

3 comentários:

Pablo Gimenez disse...

Yo conoci un militar estadounidense que tenia un embrague Saxomat adaptado a un Volkswagen Beetle. No le haya acostumbrado a hacer el control de embrague con los pies entonces lo hizo la importacion del Saxomat. Es un sistema tan simple que mismo un pibe lo puede hacer funcionar.

nicole disse...

até a minha honda bis tem embreagem altomatica então não tem o que justifique não ter esse assessório mesmo num carro 1.0 como opsional

Dieselboy sa Maynila disse...

A los que trabajan al mando de vehículos creo yo que es una buena alternativa, más sencilla que una caja automatica, no tan cara y aun le posibilita al conductor más precision al control de par (o torcion como le dicen ahí).

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