Muito usada para reforçar componentes plásticos em diversas aplicações industriais, a fibra de vidro alia baixo peso a uma notável robustez em funções estruturais, oferecendo também boa resistência à ação das intempéries. Na prática, forma-se um material composto, o plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV), mas é popularmente mais conhecido apenas como "fibra de vidro"...
Em carros esportivos, como o Chevrolet Corvette, a leveza do material por si só já é favorável ao alto desempenho, bem como a facilidade em moldar linhas de carroceria mais fluidas.
A simplicidade no manuseio da fibra em comparação com chapas metálicas que necessitam de todo um complexo maquinário de estamparia para atender à produção seriada com rapidez é muito vantajosa ao trabalhar com escalas de produção menores, como no já citado Corvette, mas também atende bem a segmentos de maior volume de vendas como nas minivans Chevrolet Lumina APV, além das Oldsmobile Silhouette e Pontiac Trans Sport de 1ª geração que compartilhavam o mesmo projeto básico.
Durante uma época em que as importações de automóveis para o mercado brasileiro sofriam severas restrições, proliferaram veículos artesanais e outros modelos especiais com carroceria em fibra de vidro, como o Puma e o MP Lafer.
Foi uma alternativa fácil para atender à demanda um tanto limitada, com a rapidez necessária para uma agilizar a oferta de produtos diferenciados para quem não se contentava com pequena variedade na oferta das principais indústrias automotivas instaladas localmente à época.
Um caso digno de nota foi a Gurgel, que produzia veículos utilitários com forte orientação ao uso severo em percursos off-road, e chegou a usar o material no modelo que apresentou para atender ao segmento de carros populares.
O pequeno Gurgel BR-800 podia, assim, ser manufaturado com maquinário mais simples e, apesar do volume de produção menor comparado às multinacionais e seus modelos com monobloco de aço estampado, podia apresentar custo competitivo.
Ironicamente, o carro popular da Gurgel apresenta uma resistência a impactos superior a diversos modelos atuais com proposta semelhante...
Embora em veículos orientados a um público mais generalista a fibra de vidro hoje tenha a aplicação restrita a alguns reforços em peças de acabamento e em isolantes termoacústicos (nesse caso usa-se a chamada "lã de vidro", que não é saturada com resinas plásticas), em aplicações especiais que vão dos rabecões aos ônibus o material tem vantagens inquestionáveis.
A menor irradiação de calor através do plástico reforçado com fibra de vidro, além da maior facilidade em eliminar emendas visíveis ao produzir peças de grandes dimensões com o material, é particularmente benéfica nos ônibus, gerando um menor esforço sobre o sistema de climatização (ar condicionado). Outra aplicação em que a fibra destaca-se significativamente pelo conforto térmico que proporciona é nas ambulâncias.
Além da já citada vantagem referente ao conforto térmico, a fácil higienização de uma peça de fibra de vidro (como as carrocerias modulares usadas na transformação de alguns veículos utilitários em ambulância) é criticamente importante nessa aplicação tão específica...
As mesmas razões justificam o uso da fibra no revestimento interno da carroceria em veículos isotérmicos ou refrigerados para o transporte de alimentos perecíveis.
Um material bastante nobre e versátil, a fibra de vidro conquistou lugar de honra no cenário da indústria automobilística.
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