sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Clássico eterno: Vespa

Um dos veículos que mais auxiliaram na recuperação da Europa no pós-guerra, a Vespa é muito enaltecida até hoje e, apesar de não ter sido a 1ª scooter, foi o modelo que popularizou esse conceito. Apesar da aparência frágil, o monobloco em aço estampado foi bem dimensionado para enfrentar a comprometida malha viária italiana da época, e muito da experiência obtida pela Piaggio na indústria aeronáutica foi aproveitada no projeto. A bem da verdade, até as diminutas rodas aro 8 eram originalmente usadas em trens-de-pouso de aviões mas, com a fábrica praticamente destruída, a aventura de projetar uma scooter utilitária foi o que deu um forte impulso à reestruturação da Piaggio, que acabou por se transformar numa das mais importantes indústrias motociclísticas mundiais. Alguns modelos, como essa PX-200 Elestart, chegaram a ser fabricados no Brasil de 1961 a 1988.

O tempo passou, e a Vespa se tornou um ícone moderno da cultura italiana, e para manter-se competitiva diante de concorrentes asiáticas acabou incorporando no projeto algumas concessões à modernidade. Ainda assim, muitas características que consagraram a versão original foram mantidas.
Ainda que as Vespas mais novas, como essa GTS 300 Classic, não tragam mais um estepe, que além de proporcionar alguma conveniência ao enfrentar pavimentos mais irregulares, no modelo original melhorava o balanceamento de peso. As rodas, no entanto ainda são presas de um lado só, o que facilita a troca de pneus. A suspensão dianteira do tipo cantilever também se destaca, não só pela já reconhecida robustez como também pela aparência mais elaborada que um garfo Ceriani hoje praticamente universalizado no mercado motociclístico...

Motor e câmbio ainda formam um conjunto único, ligado diretamente à roda traseira, mas o câmbio automático CVT, além de trazer uma maior facilidade na operação para usuários menos experientes, possibilitou uma maior centralização do peso, melhorando de forma significativa a estabilidade direcional.
Hoje a maior parte da linha Vespa é oferecida com motores de 4 tempos de concepção moderna, a exemplo do QUASAR de 1 cilindro, com injeção eletrônica, refrigeração líquida e catalisador, que na versão de 278cc usada na GTS300 gera 22cv e 2,3kgf.m. Motores de 2 tempos, cujo som característico acabou por inspirar o nome "Vespa", também estão disponíveis em outros mercados, já incorporando o sistema de injeção direta PureJet desenvolvido pela Orbital Engines australiana. No geral, pode-se dizer seguramente que a Vespa ainda é uma das mais importantes scooters, ainda que tenha feito de um segmento do mercado mais voltado a uma imagem nostálgica a razão de ainda permanecer em linha...
Convenhamos que esse painel bastante simples já é mais honroso que o de muitos carros "populares" brasileiros...

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